Antes de definir os nomes dos secretários que formarão a equipe do novo governo, o prefeito eleito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), pretende finalizar, até o fim do mês, o organograma da administração. Uma das poucas definições até agora é a de que os partidos que hoje compõem a gestão de José Fortunati não ficarão nas mesmas pastas que comandaram ao longo dos últimos anos.
O PTB, que comanda seis órgãos com status de secretaria, terá de abrir mão de estruturas como as secretarias da Saúde e da Produção, Indústria e Comércio (Smic). O maior beneficiado com a troca de governo será o PP, que atualmente está à frente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) e do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), entre outros órgão menores. A Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), que deverá trocar de nome, pode ficar com um indicado pelo partido.
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O rodízio no comando dos órgãos já foi acertado com as legendas aliadas, embora o coordenador da campanha de Marchezan e presidente municipal do PP, Kevin Krieger, levante a possibilidade de que gestores bem avaliados sejam mantidos na mesma área:
– A ideia do rodízio é um princípio, mas, em alguns casos, se o trabalho estiver sendo benfeito, não quer dizer que algumas pessoas não possam continuar. Vamos conversar com todos os partidos para montarmos a reestruturação administrativa. O secretariado só será definido depois de sabermos quais serão as pastas e qual será a função de cada uma.
Uma tendência é de que órgãos como o Gabinete de Inovação e Tecnologia (Inovapoa), o Gabinete de Desenvolvimento e Assuntos Especiais (Gades) e Smic sejam unificados para formar uma estrutura maior, batizada de Secretaria do Desenvolvimento. O PTB tem interesse nessa cadeira.
– Queremos ficar em áreas que tenham afinidade com as propostas que apresentamos no primeiro turno – afirma o presidente municipal da sigla, Everton Braz.
Por enquanto, além de PSDB, PTB e PP, apenas partidos pequenos apoiam o futuro governo. O quadro deve se alterar nas próximas semanas. É forte a tendência de que integrantes de PMDB e PDT, siglas derrotadas por Marchezan, sejam cortejados para integrar a nova administração. Apesar de o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) ser contrário ao ingresso na gestão, vários peemedebistas pretendem convencê-lo do contrário.
– Ainda não chegou o momento de nos reunirmos. Semana que vem vamos fazer essas reuniões e avaliar. Em um primeiro momento, estamos na oposição – diz o presidente municipal do PMDB, Antenor Ferrari.
Na terça-feira, após encontro entre Marchezan e José Fortunati, o atual prefeito foi questionado se indicaria pessoas para integrar futuro o governo. Embora Fortunati tenha dito que não apontou ninguém, Marchezan deixou no ar a possibilidade. Na próxima semana, serão iniciadas as reuniões entre o grupo de Marchezan e os representantes da prefeitura. Pelo lado do governo atual, o chefe de gabinete do prefeito, Ricardo Gothe, vai ser o principal contato com a equipe do futuro chefe do Executivo, que ainda não definiu o time da transição.