A Secretaria da Cultura de Caxias do Sul recomendará a manutenção da Feira do Livro na Praça das Feiras, local onde foi realizada pela primeira vez neste ano. Entre os pontos destacados, está amplitude do espaço que permite permanecer mais tempo no local e favorece a acessibilidade de pessoas com deficiência e famílias com carrinhos de bebê. A saída da feira da Praça Dante Alighieri, no centro, foi polêmica. A mudança ainda gera discordância da Associação dos Livreiros Caxienses (Alca), que optou por não participar da programação oficial do município.
De 16 de setembro até este domingo (30), foram 41.221 exemplares vendidos nas 30 bancas participantes, conforme a coordenação da Feira. A redução nas vendas em relação a 2015 foi de 40%. A secretária da Cultura, Rubia Frizzo, avalia que a queda já era esperada por causa da crise que afeta o orçamento das famílias. Também houve diminuição no público. Foram 247 mil pessoas em 2016 contra 270 mil no ano passado, quando a feira ocorreu na Praça Dante Alighieri.
Para a secretária, nesta edição foi possível medir de forma mais precisa o público realmente interessado na programação. Isso porque a praça do centro tem passagem de muitas pessoas normalmente, o que não permitia verificar quem queria contato com o livro ou estava lá por outras situações.
Junto com a recomendação de manutenção da feira na praça do bairro São Pelegrino, serão entregues sugestões para melhorar na estrutura como aumento nas calhas e drenagem em uma área. Outra sugestão será a instalação de mais espaços para descanso que o público poderá aproveitar para a leitura. "É claro que a gente enxerga melhorias. Inicialmente, é um projeto frio. Depois, vai se formando, ganhando vida", afirma Rubia.
Enquanto a prefeitura avalia a mudança como positiva, a Alca aponta a venda de livros e o público como indicativos de que houve diminuição na feira. Germano Weirich, membro da entidade, afirma que em 2007 foram 52 mil exemplares vendidos, um número 21% maior que o da feira de 2016. Cita que o público de 2014 chegou a 500 mil pessoas. "Houve regresso no principal propósito da feira, que é vender livros", afirma Weirich.
A entidade deve divulgar nos próximos dias uma pesquisa própria sobre o público da Feira do Livro e a avaliação de clientes. Paralelamente ao evento oficial do município, a Associação também realizou a Feira dos Livreiros com descontos oferecidos nas próprias livrarias. Os números relativos às vendas e ao público ainda não foram divulgados.