Ao chegar em sua casa de praia, na Rua São Gabriel, em Magistério, no Litoral Norte, o aposentado Paulo Roberto Muller, 62 anos, deparou-se com uma novidade: valos haviam sido abertos por toda a extensão de sua calçada. Mas a surpresa maior veio quando soube que a obra de encanamento iniciada pela prefeitura só seria finalizada caso os próprios moradores fizessem a compra dos canos. A notícia causou revolta.
– Colocaram canos na entrada das garagens, mas o restante, da frente das casas, ficou aberto. Querem que a gente termine de colocar o resto dos canos. Como que eu, aposentando, ganhando pouquinho, vou colocar o meu dinheiro na via pública? – diz.
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Demora
Morador de Cachoeirinha, Paulo Roberto, que costuma passar de dez a 15 dias em Magistério, conta que a rua sempre teve problemas de alagamentos.
Ele acredita que a obra tenha sido motivada pelas frequentes reclamações feitas na prefeitura. Agora, as queixas são maiores. Além de acumular água, sujeira e atrair mosquitos, as valetas causam transtornos para quem precisa entrar em casa.
– Coloquei madeiras sobre a entrada da garagem para poder entrar com o carro e um par de botas no porta-malas para conseguir descer. Segunda-feira, quando começou a chover, voltei para casa porque fiquei com medo de o carro atolar – conta.
Um dos vizinhos chegou a comprar os canos (que custam, em média, R$ 600), mas mesmo assim, a equipe de obras não voltou para colocá-los.
Por causa da demora, Paulo Roberto teme que os problemas aumentem. Isso porque as valetas foram abertas bem na divisa do muro e, por isso, a cerca da casa está caindo. Outro problema é que um dos postes também está prestes a desabar.
– Eles cavaram tudo em volta da estrutura. Se chover é capaz de encher as valetas de água e o poste cai, pois os bueiros estão todos entupidos – reclama.
Município diz que aguarda a compra do material
A prefeitura de Balneário Pinhal informou que, "diante a escassez de recursos, não tem previsão orçamentária para a questão da drenagem urbana. A forma que encontrou de viabilizar melhorias ao município foi aceitar a proposta de moradores de trabalhar em parceria. Segundo a prefeitura, o morador doa os canos da extensão de sua frente, e a prefeitura entra com a brita, areia, maquinário e funcionários para execução do escoamento de água da chuva."
Segundo a prefeitura, alguns moradores propuseram a compra dos canos com recursos próprios. Porém, nem todos aceitaram.
A prefeitura abriu as valas e vai ficar no aguardo dos moradores que decidirem pela compra do material informarem para que a obra seja executada.