A Polícia Civil de Santiago instaurou um inquérito para investigar as responsabilidades no caso de um paciente que morreu no Hospital de Caridade do município aguardando um leito de UTI Cardiológica. As informações são da RBS TV.
João Francisco Penteado da Silva, 75 anos, deu entrada no hospital no dia 12 de setembro, quando foi constatada a necessidade de uma cirurgia para colocar um marca-passo.
Esse procedimento só poderia ser feito em uma UTI Cardiológica, mas, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não havia leitos. Depois do dia 17 de setembro, quando o quadro geral do paciente piorou, a Justiça emitiu duas determinações de internação imediata do paciente em uma UTI especializada.
A última venceu às 18h15min da última terça-feira (20). Quinze minutos depois, o aposentado morreu. Segundo a secretária de Saúde, Ana Maria Souto, o paciente estava na lista de espera do Sistema Único de Saúde (SUS), que é regulada pelo governo do Estado. Além disso, tentativas de compra do leito em hospital particular também teriam sido feitas, mas não havia vaga disponível.
"Isso demonstra a situação grave que a gente tem, de não contar, na região, com uma regulação desses leitos, de não termos acesso quanto a gestores. Demonstra também a falta de leitos na UTI. Nossa região tem 26 leitos e o programado, no mínimo, seriam 96", afirmou a secretária.
Responsabilidades
A UTI Hospital de Caridade de Santiago tem 10 leitos, nenhum especializado em doenças do coração. A direção da unidade informou que fez tudo o que era possível para salvar o paciente e que, além da Central de Regulação de Leitos, também contatou UTIs cardiológicas em Santa Maria, Ijuí e Uruguaiana.
"Alguém vai ter que ser responsabilizado para que não aconteça com outros. Foi mais um entre tantos que estão nessa situação", disse a filha do aposentado, Débora Maggio da Silva.
O delegado Guilherme Antunes já pediu que a Secretaria de Saúde do município se manifeste formalmente à Polícia Civil. A RBS TV de Porto Alegre entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde, ontem, que diz que vai analisar o fato para se manifestar oficialmente sobre o caso.