Bancários completam hoje 10 dias de greve – exatamente a metade do tempo total da mobilização da categoria em 2015. Em Santa Maria, das 30 agências, 29 permanecem paralisadas, total ou parcialmente. Apenas a agência Estilo do BB, do Banco do Brasil, localizada na Avenida Medianeira, não entrou em greve. A Caixa Econômica Federal e os bancos privados estão totalmente paralisados.
Nesta quinta-feira, às 16h, haverá nova reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), já que a última negociação, realizada na terça-feira, terminou sem avanços.
Entre as prioridades da categoria, estão o reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Os banqueiros ofereceram reajuste de 7% nos salários. A proposta não cobre a inflação do período, já que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de agosto fechou em 9,62%.
Para fazer pressão, os bancários reúnem-se em frente às agências com faixas e cartazes.
– Vamos continuar com a greve até que a Fenaban apresente uma proposta decente. Abaixo da inflação, não vamos aceitar – afirma o bancário Marcelo Carrion, 51 anos, funcionário da Caixa.
– Queremos que, pelo menos, aproxime-se do que pedimos – diz Paulo Rebelato, 56 anos, servidor do Banrisul há 31.
Conforme o Sindicato dos Bancários (SindiBancários), no Rio Grande do Sul, o balanço indica que 862 agências foram fechadas.
Sobre o atendimento
O atendimento parcial significa que nem todos os bancários saíram de greve na unidade. Nesses locais, são realizados todos os serviços de uma agência aberta, porém pode haver filas, já que há menos funcionários trabalhando. Agências lotéricas e postos de autoatendimento são alternativas aos correntistas.
Principais reivindicações
- Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real
- PLR: 3 salários mais R$8.317,90
- Piso:R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último)
- Vale-alimentação no valor de R$880 ao mês (valor do salário mínimo)
- Vale-refeição no valor de R$880 ao mês
- 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880 ao mês
- Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários
- Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários
- Auxílio-educação para pagamento de graduação e pós
- Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários
- Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs)