O pente-fino sobre o Bolsa Família, iniciado em maio pelo governo federal, alcançou o ápice de cancelamentos de benefícios neste mês. É um movimento do novo governo que espera flagrar pessoas que já estão fora dos critérios de merecimento do benefício. E o governo prepara um decreto, ainda sem data de publicação, para apertar mais a checagem das informações.
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Para não cair injustamente no pente-fino, a dica é manter as informações sempre atualizadas no Cadastro Único do governo federal, procurando o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do município. Qualquer alteração de renda na família ou de mudança de escola das crianças precisa ser informada.
Somente no Rio Grande do Sul, de maio até agora, 29.755 famílias ficaram de fora do Bolsa Família por causa dessa revisão, a maioria por informações desatualizadas e renda acima da permitida. Mas, garante o governo, esse mesmo número de famílias deve entrar no programa a partir de outubro. O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário bate na tecla de que não é cortar gastos, mas direcionar para quem realmente precisa.
Sem medo da revisão
Desde 2012, a dona de casa Marlene Rodrigues Duarte, 52 anos, é a responsável familiar pelo Bolsa Família. Moradora do Morro da Polícia, na Capital, ela é quem precisa manter os dados da família atualizados, garantindo os R$ 180 que recebe por mês. Sobre o pente-fino do governo federal, não tem receio.
– Já fiz a revisão dos dados. E sempre cuido para estar tudo certo. Podem cruzar os dados que quiserem. Assim, podem ver que está com quem realmente merece – diz Marlene.
Ela divide a casa com o marido, aposentado, 69 anos, e com a filha de 13 anos, estudante da sexta série. É nela que o benefício encontra um dos destinos mais importantes.– Compro o material escolar dela. Também dá uma ajuda no botijão de gás – conta.