Uma pessoa que valorizava as amizades e que vivia cada dia como se fosse o último. Assim é que a mãe de Laíne Merlugo da Silveira, 22 anos, Ana Cristina Merlugo, define a filha, que foi assassinada a tiros na última quarta-feira. Laíne, que é natural de Santiago, na Região Central, e a amiga Jaqueline Rodrigues Miguel, 25 anos, foram encontradas mortas dentro de um Corsa na localidade de Rincão dos Roratos, no interior de Santo Ângelo. Elas trabalhavam em uma boate em Santa Rosa.
O principal suspeito para a morte das duas é João Carlos Santana Marques, 34 anos, ex-companheiro de Jaqueline. Ele também foi encontrado morto, nesta quinta, não muito longe de onde os corpos das duas amigas foram encontrados. A suspeita é que ele tenha cometido suicídio.
Segundo a mãe de Laíne, a filha havia deixado Santiago, de onde é sua família e onde morava com o pai, há menos de um mês. Ela havia ido para Santa Rosa visitar algumas amigas, mas acabou ficando para trabalhar em uma boate, a mesma em que Jaqueline trabalhava.
– Ela acabou ficando em Santa Rosa para trabalhar nessa boate. E foi através dessa boate que aconteceu essa tragédia. Ela acabou morrendo inocentemente na mão de uma pessoa que nem podemos chamar de pessoa porque teve a capacidade de fazer uma coisa dessas com uma menina inocente – conta a mãe de Laíne, que mora em Ponta Grossa, no Paraná.
As amigas foram mortas após Jaqueline marcar um encontro que teria sido proposto por Marques. Ele disse que lhe entregaria R$ 1 mil, já que iria embora para o Mato Grosso. O casal brigava há vários anos, e ele já teria tentado matar Jaqueline anteriormente. Laíne foi ao encontro apenas para acompanhar a amiga.
– Ela era uma pessoa muito doce e muito fiel às amizades dela. Se tu falares com 100 amigas delas, todas vão dizer a mesma coisa. Ela matava e morria pelas amigas e, infelizmente, isso acabou acontecendo. Essa amiga pediu uma ajuda para ela, para ir encontrar essa pessoa. Ela largou o prato que estava jantando, disse que ia junto, foi e não voltou – relata a mãe.
Laíne tinha uma filha de quatro anos. O corpo dela foi velado desde as 21h de quarta-feira, nas capelas da funerária Andres, em Santiago. O sepultamento ocorreu nesta quinta-feira, às 8h30min, no Cemitério Municipal.