O alto escalão das duas corporações responsáveis pela segurança pública no Rio Grande do Sul – Brigada Militar e Polícia Civil – prometeu, nesta segunda-feira, que o parcelamento de salários dos servidores não vai prejudicar a população.
Ouvidos pelo programa Gaúcha Atualidade, o comandante da Brigada Militar, Coronel Alfeu Freitas, e o chefe de Polícia, Emerson Wendt, disseram que os policiais sob seu comando não deixarão a mobilização, que protesta contra o pagamento de até R$ 980 no salário de julho na última sexta-feira, impedir o trabalho.
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Sindicatos da BM, Polícia Civil, Instituto Geral de Perícias (IGP), Bombeiros e Susepe marcaram uma mobilização para o dia 4, quinta-feira, e sugeriram que a população evite sair de casa na data.
Freitas afirmou que a Brigada está em dia com suas rotinas e obrigações e ressaltou que conta com o "bom senso" de oficiais e praças no gerenciamento de suas ações.
– Nós policiais militares não temos direito à greve. Entendemos que é um momento difícil, mas estamos cuidando para que a situação do Estado não repercuta na atividade da Brigada Militar– disse.
Freitas ressaltou ainda que medidas serão tomadas caso algum policial militar resolva paralisar as atividades.
– Nós temos regras diferentes. Se eu não tomar alguma atitude, também serei penalizado – afirmou, lembrando que a ideia é convocar ainda em agosto 530 aprovados no concurso para policial militar.
O delegado Emerson Wendt, chefe de Polícia do RS, afirmou que por enquanto o atendimento à população segue normal, mas que as reuniões de classe da categoria, marcadas para o próximo dia 4, costumam influenciar os servidores.
– Não tivemos nenhum conhecimento de que tenha ocorrido desatendimentos no final de semana. Estamos contando com o senso de responsabilidade de policial para realizar pelo menos o serviço básico.
Questionado sobre relato de pessoas que teriam tido atendimento negado nas delegacias no sábado e no domingo, Wendt disse não houve orientação para não registrar ocorrências e que situações como essa devem ser comunicadas à corregedoria de Polícia.
– Entendemos a situação, mas não podemos deixar a sociedade desatendida –disse.
O Chefe de Polícia afirmou ainda que nenhuma operação será postergada devido o parcelamento de salário e que a razão do adiamento de uma das atividades policiais prevista é a falta de espaço para presos na delegacia.
– Pelo menos 221 aprovados em concurso serão convocados para realizar a inscrição na academia de polícia essa semana. As aulas começam no dia 22 de agosto – afirmou.