O consumo de energia na classe industrial dos principais municípios da Serra teve queda expressiva nos dois primeiros meses do ano e apresentou retomada no mês de março. Serve de termômetro do principal setor que move a economia da região. O levantamento foi feito pela RGE a pedido da rádio Gaúcha, com os dados mais recentes fechados pela companhia, que são os do primeiro trimestre, de gastos com luz elétrica de empresas de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Farroupilha.
Ainda é cedo para dizer que o crescimento do consumo pode sinalizar uma melhora da confiança e retomada da produção, por conta do efeito sazonal de retração no início do ano, quando diminuem os pedidos. Mas o consumo em Caxias do Sul neste mês já se iguala ao final do ano passado. A torcida é para que os meses de janeiro e fevereiro tenham representado o fundo do poço para que os próximos tenham redução menor, ou até mesmo, retomada.
A indústria de Caxias do Sul utilizou 53 mil megawatts em março. É o melhor nível desde dezembro do ano passado. Ainda assim, o pico de consumo de Caxias nos últimos meses foi em outubro, quando o consumo atingiu 59 megawatts, o equivalente a mais do que todo o consumo de Bento e Farroupilha durante um mês. Neste período, surgem as principais encomendas de fim de ano. Nos meses de janeiro e fevereiro, os gastos com luz reduziram expressivamente, despencando para cerca de 50 megawatts em janeiro e 45 mil megawatts em fevereiro.
O segundo município da região com maior consumo é Bento Gonçalves. Depois de manter uma média mais baixa de 14 megawatts em janeiro e fevereiro, utilizou em março mais de 15 megawatts. Para se ter uma ideia, é a primeira alta de consumo desde outubro do ano passado, quando ficou acima de 17 megawatts. A indústria moveleira é muito forte no município.
Acompanhando a tendência de queda do consumo do mês de janeiro e fevereiro, Farroupilha ampliou o gasto com luz de 10 e 9,5 mil megawatts, respectivamente nos dois primeiros meses do ano, para 11 mil megawatts em março. O mês de novembro foi o melhor para a cidade, atingindo o pico de 12 mil megawatts.
O gráfico de consumo de energia destas cidades acompanha também a curva de outras estatísticas, como o índice de confiança do empresariado gaúcho elaborado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), com melhora das previsões neste primeiro trimestre do ano em relação aos últimos três meses do ano passado.
De acordo João Pedro de Quadros, gerente comercial da RGE, embora os números de abril, maio, junho e julho não tenham sido fechados na região, todos estes meses já apresentam melhora em relação a março. A previsão é de que a partir de agosto haja um crescimento, pelo otimismo dos índices empresariais. O frio também movimentou outros setores, como o comercial e residencial, fazendo com que a indústria produzisse mais, com destaque para a têxtil, segundo o gerente da RGE.