Na tarde da última terça-feira, um caça modelo AF-1 Skyhawk da Marinha do Brasil caiu no mar do Rio de Janeiro após colidir contra outro jato durante um treinamento. O piloto da aeronave se ejetou, mas ainda não foi encontrado. A Marinha realiza buscas no local do acidente.
Conheça algumas características do avião, conforme informações de Nelson Düring, analista militar, e da Marinha do Brasil:
O caça A-4 Skyhawk, nomeado no Brasil como AF-1 Skyhawk, foi produzido entre 1954 e 1979, tem 4m57cm de altura, 12m27cm de comprimento e 8m38cm de largura. Pode ser equipado com canhões de 20 milímetros, bombas MK 80 e mísseis ar-ar, usados para interceptação aérea. O peso da aeronave vazia é de 4.747 kg e suporta 11.113 kg no ar e 12.437 kg em terra.
Além de Estados Unidos e Brasil, o modelo também foi muito utilizado pelas forças armadas da Argentina e de Israel.
De acordo com Düring, o caça é um bombardeiro leve, especialmente projetado para operar em porta aviões. Essa aeronave chegou no Brasil em 1998, quando o governo adquiriu 23 modelos comprados do Kuwait.
– Foi um grande negócio, pois são boas aeronaves e estavam paradas desde a Guerra do Kuwait. Junto ao F-5, o Skyhawk é um dos modelos mais baratos e produzidos em larga escala no mundo – explicou Düring.
O analista afirma que é difícil apontar uma possível causa do acidente, pois diversos fatores podem ocasionar esse tipo de revés. Mas destacou que a redução de horas de voo, orientada pela FAB em 2016, pode ser determinante nesses casos.
– A restrição de horas pode deixar o piloto menos apto para lidar com algumas situações extremas – afirmou.
Investimentos em modernização até 2017
Em 2012, a Marinha fechou parceria com a Embraer para modernizar 12 dos seus 23 AF-1 Skyhawk até o fim de 2017. O investimento total é de US$ 140 milhões. As aeronaves reformadas receberam novos sistemas de navegação, armamentos, geração de energia, computadores, comunicação tática e sensores, incluindo um radar multímodo de última geração. Todo sistema dos aviões foi mudado do analógico para o digital. Os dois modelos envolvidos no acidente de terça-feira, de acordo com informações da Marinha, já são modernizados pela Embraer.
De acordo com Düring, todas essas mudanças tecnológicas facilitam o controle da aeronave, disponibilizando mais informações para o piloto e diminuindo o seu esforço em ação.
*Zero Hora