Servidores estaduais protestaram contra o parcelamento dos salários no centro de Porto Alegre na manhã desta sexta-feira, dia em que tiveram a confirmação de repasse de somente R$ 650 dos vencimentos. As manifestações aconteceram, simultaneamente, em frente ao Palácio Piratini e ao Centro Administrativo.
Diante da sede do governo, na Rua Duque de Caxias, servidores da segurança pública se concentraram entre o fim da manhã e o início da tarde. Eles fizeram um buzinaço e criticaram o oitavo fatiamento salarial aplicado no governo de José Ivo Sartori.
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O Executivo recebeu os representantes das entidades sindicais que estavam no local para uma reunião que terminou por aumentar o clima de revolta entre o funcionalismo. Eles queriam ser recebidos por Sartori, mas se encontraram com o secretário adjunto da Casa Civil, José Guilherme Kliemann, que pediu compreensão em função da crise financeira que acomete o Estado.
– O governo nos pede compreensão, mas ninguém quer nos compreender. É uma falta de respeito do governador não receber as entidades de classe. Ele criou um clima de revolta – disse Leonel Lucas, presidente da Abamf, entidade que representa os servidores de nível médio da Brigada Militar (BM).
O governo do Estado, por meio da assessoria de imprensa, informou que Sartori estava em reunião interna no Piratini e não pôde receber o funcionalismo. Já o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, que costuma receber as entidades, está em viagem em Brasília.
Participaram do protesto servidores da Polícia Civil, BM, Instituto-Geral de Perícias (IGP), Corpo de Bombeiros e Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Nesta sexta-feira, as categorias deram início a uma operação-padrão até que os vencimentos sejam regularizados.
Agentes da Polícia Civil devem se negar a registrar ocorrências sem gravidade, não realizar ações fora do horário de expediente e interromper operações criminais. Na BM, os policiais não devem deixar os quartéis sem que os instrumentos de trabalho estejam nas condições de segurança adequadas. Os servidores da segurança pública também convocaram uma paralisação para o dia 4 de agosto.
O segundo protesto, em frente ao Centro Administrativo, na Avenida Borges de Medeiros, contou com a presença de servidores técnico-administrativos e professores.
Com dificuldades financeiras, o governo estadual anunciou, nesta quinta-feira, que a primeira parcela do salário de julho dos servidores do Poder Executivo – a ser depositada na sexta-feira – deverá ser de apenas R$ 650.
O Piratini espera fazer mais dois pagamentos até o fim desta sexta-feira, totalizando R$ 980 na conta dos servidores – o que ainda não está garantido. Devido à da falta de recursos, a totalidade dos contracheques deve ser quitada somente no dia 19.