O governador José Ivo Sartori solicitou novamente nesta quinta-feira (16), que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Sul (Cpers) cumpra a decisão judicial que determina a desocupação integral do Centro Administrativo do Estado (CAFF).
A decisão da Justiça, dessa quinta-feira, determinou a desocupação total do prédio do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), em Porto Alegre, ocupado por um grupo de professores ligados ao Cpers/Sindicato desde a última segunda-feira. A decisão é da juíza Andréia Terre do Amaral, que também estipulou multa de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento.
"De fato, como já referi repetidas vezes, a relevância da pauta política levada a efeito pelos requeridos não se pode sobrepor à importância de todas as atividades que são desenvolvidas no local que concentra grande parcela da Administração Pública do Estado", considerou a magistrada.
No vídeo gravado por Sartori e postado na página do governo do Estado, o governador lembrou que sempre foi transparente sobre as reais condições do Estado em atender às reivindicações. “Nunca deixamos de dialogar. Respeitamos a todos e sempre fomos transparentes sobre o que podemos e o que não podemos fazer. Vamos estabelecer uma discussão ainda mais ampla sobre o futuro da educação e a melhoria da qualidade de ensino”, garantiu.
O governador acrescentou que uma comissão do Governo do Estado estará à disposição para retomar as negociações assim que o Cpers deixar o CAFF. “Faço publicamente este apelo para que o Cpers desocupe o Centro Administrativo. E peço que os deputados federais e estaduais da oposição, numa postura cívica, nos ajudem a convencer o Cpers sobre a necessidade de cumprir pacificamente a decisão”, ponderou.
Houve assembleia nesta noite no Centro Administrativo, mas o resultado só será divulgado na manhã desta sexta-feira (17). A tendência é de que os professores deixem o local, já que houve avanço em negociação com deputados que tiveram no Centro Administrativo.
A presidente do Cpers, Helenir Schürer, declarou que provavelmente os professores saiam do local na sexta, logo no início da manhã. "Ainda estamos discutindo, se avançar a negociação, nós saímos para negociar com o governo. A situação já está menos tensa, mas temos muitas coisas aqui dentro", afirmou.
A Brigada Militar (BM) e os professores ainda não foram notificados. O comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Marcus Vinicius Gonçalves Oliveira, garante que mesmo que seja notificado hoje, irá cumprir a decisão somente a partir das 6h desta sexta-feira.
Durante a madrugada, a mesma juíza concedeu liminar determinando que o acesso ao Caff fosse liberado para atividades públicas. A ordem judicial, contudo, não foi cumprida e, pelo terceiro dia seguido, servidores foram impedidos de acessar o prédio.
A Justiça também determinou, durante a tarde, que a BM ajude no cumprimento da liminar. No entanto, a presidente do Cpers, Helenir Schürer, declarou que a desocupação só ocorrerá após apresentação formal de propostas pelo governo do Estado.