Ao sair de uma loja da Oi no Centro de Porto Alegre no final da manhã desta terça-feira, a comerciante Janice Ferreira da Silva, 48 anos, não tinha ideia sobre o significado do pedido de recuperação judicial da companhia encaminhado à Justiça no dia anterior. O interesse sobre o assunto pareceu cair como um raio nela ao lembrar do telefone fixo que tem.
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– Mas como eu fico se chego a perder o meu número fixo? Onde moro, não chega outra empresa. É o mesmo telefone há 20 anos, os clientes já conhecem – diz ela, que tem uma serralheria no Bairro Lageado, Extremo Sul da Capital.
A linha fixa dela não corre risco. Mas para clientes como ela, que sentem o pior a caminho em matéria de qualidade de serviço, os Procons estadual e de Porto Alegre divulgaram esclarecimentos. As duas entidades garantem que, neste momento, nada muda na vida dos clientes da Oi.
– É justamente neste momento, de recuperação judicial, que os serviços da companhia podem melhorar. Porque é decisivo para a recuperação. Do contrário, empurra a Oi para a falência – diz o diretor executivo do Procon Porto Alegre, Cauê Vieira.
Ele afirma que deve-se manter atenção para qualquer alteração nos serviços. Se algo que era oferecido parar, deve-se entrar em contato com a empresa e com um órgão de defesa do consumidor.
Campeã de queixas
O Procon Estadual afirmou nesta terça-feira que, assim que houver a aceitação do pedido de recuperação judicial por parte do juízo competente, a Oi será notificada para apresentar aos clientes o plano de atendimento, com a explicação dos reflexos diretos do processo aos serviços contratados. Solicitação semelhante será feita também pelo Procon de Porto Alegre.
A Oi é a primeira no ranking de reclamações no Procon/RS, atingindo o percentual de 80% das reclamações na área de telefonia fixa e móvel no Estado. Desde o ano passado, tem cerca de R$ 600 mil em multas aplicadas. Esses valores, se não pagos dentro do prazo legal, serão encaminhados à Secretaria da Fazenda para inscrição em dívida ativa.