Desde às 7h desta segunda-feira, cerca de 30 servidores municipais realizam uma manifestação em frente ao prédio da Secretaria da Saúde de Porto Alegre, no Centro, bloqueando a entrada de grande parte dos funcionários no local.
A ação, que conta também com um piquete montado em frente à estação de transbordo de lixo de Porto Alegre, na Lomba do Pinheiro, faz parte de uma série de atos que vêm sendo organizados pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) desde o último dia 14 de junho, quando a categoria entrou em greve.
Conforme o Simpa, cerca de 70% dos servidores já aderiram à paralisação, sendo os setores mais afetados os da educação, assistência social, saúde e limpeza urbana.
Os servidores iniciaram a greve para pressionar o governo a avançar nas negociações sobre os pagamentos do reajuste salarial, com reposição integral da inflação de 9,28%, corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), retroativa à 1º de maio. Também reivindicam que o governo reconheça o percentual de 9,44% de perdas decorrentes do reajuste parcelado da inflação, feito em 2015, e aumente o valor do vale-alimentação para R$ 25.
A greve foi decretada após a categoria não aceitar as propostas iniciais apresentadas pela prefeitura, o que teria prejudicado o avanço nas negociações. Uma reunião entre a prefeitura e o Simpa chegou a ser marcada para o dia 15 de junho mas, conforme o sindicato, foi cancelada pelo governo.
– Queremos a reposição daquilo que foi corroído de nossos salários. Formulamos uma contraproposta com um parcelamento que termine ainda neste ano, e queremos apresentar ela à prefeitura. Estamos dispostos a negociar, mas o governo parece que não está – afirmou a diretora de Comunicação do Simpa, Carmem Padilha.
O grupo, que deve permanecer em frente ao prédio da Secretaria da Saúde até o início da tarde, está permitindo somente a entrada dos funcionários responsáveis pela regulação de leitos e pela marcação de consultas para não prejudicar o atendimento à população.
Durante a tarde, os municipários devem deixar o local e realizar um ato público em frente ao Paço Municipal. Entre as manifestações já realizadas pela categoria desde o início da greve, estão o bloqueio da entrada do prédio da prefeitura, na última quarta-feira, e uma concentração de servidores no Monumento ao Expedicionário, na Redenção, durante a tarde do último domingo.
Governo alega falta de recursos
O secretário da Administração de Porto Alegre, Paulo Guimarães, nega que o governo tenha cancelado a última reunião e afirma que a prefeitura nunca se recusou a receber representantes do Simpa para negociar:
– O prefeito inclusive formou um Comitê de Política Salarial em fevereiro para discutir essas questões com o sindicato. Estamos abertos a negociar, já fizemos propostas à categoria e, desde o início do ano, nos reunimos 11 vezes com o sindicato.
Guimarães destaca, entretanto, que a contraproposta do Simpa – de que os pagamentos sejam concluídos ainda durante o ano de 2016 – é inviável, uma vez que o governo não dispõe de recursos suficientes.
– Se pagarmos tudo neste ano, como o Simpa quer, corremos o risco de não conseguir pagar o 13º salário dos servidores, pois a cada mês está caindo a receita do Estado. Podemos negociar, mas não podemos ser irresponsáveis com o dinheiro público – explicou o secretário.
O que os municipários pedem
Em contraproposta, O Simpa exige que os pagamentos do reajuste salarial, com reposição integral da inflação de 9,28%, corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), retroativo à 1º de maio, sejam realizados em parcelas a serem quitadas até o final do ano de 2016. Além disso, a categoria reivindica que o governo reconheça o percentual de 9,44% de perdas decorrentes do reajuste parcelado da inflação, feito em 2015, e aumente o valor do vale-alimentação para R$ 25.
O que a prefeitura oferece
Na primeira oferta do Executivo, o parcelamento se daria com o pagamento de 2% em outubro de 2016, 3,60%, em dezembro de 2016, e 3,41%, em março de 2017. A segunda, apresentada no último dia 14 de junho, antecipou os prazos e percentuais, que seguiriam a progressão: 1%, em maio de 2016, 2%, em outubro de 2016, 2,60%, em dezembro de 2016, e 3,39%, em janeiro de 2017.