A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o caso do adolescente Israel de Melo Júnior, de 16 anos, que foi morto e decapitado em fevereiro deste ano em Joinville. O delegado Wanderson Alves Joana, responsável pela investigação, indiciou sete pessoas pelo crime.
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Elas foram indiciadas por sequestro em cárcere privado, homicídio triplamente qualificado, vilipêndio a cadáver, destruição e ocultação de cadáver e associação criminosa, que combinados com a lei de crimes hediondos agrava a situação dos suspeitos.
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Seis pessoas foram presas durante as investigações e uma ainda está foragida. Carlos Alexandre de Melo, conhecido como Neguinho, 27 anos, teve um mandado de prisão expedido, mas ainda não foi encontrado pela polícia. De acordo com o delegado, ele é extremamente perigoso e já tem um mandado em aberto por homicídio cometido em 2014.
- Entre esse grupo todo, houve uma divisão de tarefas. Desde o arrebatamento (sequestro) de duas pessoas que serviram de isca (para atrair o adolescente) até a vigilância do cativeiro e a morte efetiva do Israel, além da decapitação, Houve crime antes, durante a execução e após a morte - explica Alves.
O delegado afirma que os seis suspeitos, que estão no Presídio Regional de Joinville, não confessaram o crime e nenhum deles contribuiu com as investigações. Muitas informações importantes durante o processo, como o local onde ocorreu a decapitação, foram descobertas por meio de denúncias anônimas.
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Há duas semanas, a Polícia Civil e os Bombeiros Voluntários realizaram buscas em uma área de mangue no bairro Ulysses Guimarães a partir de uma denúncia. Foram encontrados o machado usado na decapitação, um lençol que teria sido usado para amarrar as pernas de Israel, e uma toalha usada para imobilizar os pulsos.
- A investigação só foi completa graças à população que contribuiu conosco - ressalta.
O delegado aguarda o laudo pericial desses materiais que ainda não foi concluído. No entanto, o grande mistério do caso ainda é a localização dos restos mortais do adolescente. Conforme o delegado, um trabalho minucioso foi realizado no mangue onde estavam os objetos, mas não havia vestígios do corpo.
Alves acredita que talvez os indiciados agora contribuam com a Justiça com detalhes que possam ajudar a achar o corpo do rapaz.
O crime
O laudo cadavérico apontou que Israel de Melo Júnior foi torturado antes de morrer. Em um dos crimes mais chocantes da cidade, após a morte o adolescente ainda teve a cabeça arrancada e colocada em uma mochila, encontrada no bairro Jardim Paraíso na manhã do dia 2 de fevereiro. A decapitação foi filmada e divulgada nas redes sociais.
Segundo o delegado, os criminosos estavam decididos a matar e sequestraram duas pessoas para servirem de isca. Eles foram levados para uma casa isolada no bairro Ulysses Guimarães, onde ficaram por quase 24 horas. Mensagens de celular trocadas entre Israel e as vítimas do sequestro o atraíram para o local, onde ele foi morto e decapitado.
Em 5 de abril, a Polícia Civil apresentou os dois primeiros suspeitos: Leonardo Felipe Bastos, 19 anos, e Luciano da Silva Costa, 23. Na semana seguinte, mais três homens foram presos por participarem do crime: Valter Carlos Mendes, 34, Henrique Alexandre Guimarães, 21, e Jonathan Luis Carneiro, 21.
A última prisão ocorreu no início deste mês, quando Thomaz Anderson Rodrigues, 18, foi visitar a mãe internada no PA Leste e foi surpreendido pelos policiais.
Segurança pública
Sete pessoas são indiciadas por morte e decapitação de adolescente em Joinville
Crime ocorreu em fevereiro deste ano. Um dos suspeitos ainda está foragido da Justiça
Hassan Farias
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