As negociações diretas entre os rebeldes e o governo iemenitas foram retomadas nesta segunda-feira, no Kuwait, após dois dias de interrupção - anunciou a ONU.
Três grupos de trabalho se reuniram para dar continuidade às difíceis discussões sobre a retirada dos rebeldes xiitas huthis das zonas tomadas no Iêmen, sobre a deposição das armas, sobre a libertação de prisioneiros, assim como sobre uma solução política para o conflito, declarou porta-voz da ONU à AFP.
O conflito teve início depois de uma ofensiva dos huthis em julho de 2014, os quais assumiram o controle de amplas regiões, entre elas a capital Sanaa. Uma coalizão dirigida pela Arábia Saudita interveio em março de 2015 para impedir o controle de todo o país por parte dos huthis.
Em 21 de abril, começaram as conversas no Kuwait patrocinadas pela ONU e, dez dias depois, entrou em vigor um cessar-fogo no Iêmen. Todos os envolvidos no conflito se acusam mutuamente de violá-lo.
As negociações são destinadas a pôr fim a um conflito que já deixou 6.400 mortos, 30.500 feridos e 2,8 milhões de deslocados em pouco mais de um ano, segundo estimativas da ONU.
No terreno, a defesa aérea saudita interceptou hoje um míssil balístico lançado do Iêmen, anunciou a coalizão árabe, denunciando uma "escalada perigosa" por parte dos rebeldes. Esse foi o primeiro disparo de míssil desde 21 de abril.
"O disparo de um míssil nesse momento preciso é uma escalada perigosa por parte das milícias huthis e das forças do [presidente] expulso [Ali Abdallah Saleh]", afirmou a coalizão liderada pela Arábia Saudita, em um comunicado.
A coalizão garantiu que, junto com a comunidade internacional, está tentando "manter a calma e ajudar no interesse dos diálogos [de paz] no Kuwait" e que continuará evitando a violência. Reserva-se, porém, "o direito de responder no momento e no lugar oportunos", se um ataque parecido se repetir.
O míssil foi interceptado no amanhecer, e a coalizão destruiu imediatamente o lançador do artefato, situado no Iêmen.
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