Manifestações pelo 1º de Maio aconteceram neste domingo em vários Estados do país. Com algumas particularidades, a maioria delas teve omo principal foco atos contra o impeachment de Dilma Rousseff.
Na capital gaúcha, o Dia do Trabalho foi celebrado com dois atos no Parque da Redenção. Capitaneados por centrais sindicais, ambos os protestos tiveram caráter político, com bandeiras como contra o impeachment, a garantia dos direitos dos trabalhadores e a favor da democracia garantia de direitos.
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Veja como foram os protestos em outras cidades:
Rio de Janeiro
A CUT comemorou a data com um show, ao ar livre, na Lapa, no centro do Rio. Entre um artista e outro, foram feitos discursos de lideranças do movimento. O ato teve o objetivo de protestar contra o processo de impeachment da presidente. Segundo o presidente da CUT no Rio de Janeiro, Marcelo Rodrigues, a central sindical acredita que um possível governo de Michel Temer, caso o afastamento de Dilma seja aprovado, trará prejuízos ao trabalhador, principalmente devido às privatizações.
São Paulo
Em manifestação na Avenida Paulista, pelo Dia do Trabalho, a Central Sindical Popular (Conlutas), PSOL e PSTU pediram a realização de novas eleições gerais no país. O ato começou as 10h em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Segundo os organizadores, participam do ato sindicalistas vindo de vários Estados. Os manifestantes dizem ser contrários à presidenta Dilma Rousseff, ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao vice-presidente Michel Temer, ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Eles defendem a saída de todos esses políticos dos respectivos cargos.
A manifestação é um contraponto aos atos da CUT, no Vale do Anhangabaú, e da Força Sindical, das 7h às 15h, na Praça Campo de Bagatelle. Durante o evento promovido pela CUT, Dilma voltou a afirmar que não cometeu crimes, que é vítima de um golpe em curso e que não vai desistir de lutar pelo mandato. A presidente chegou ao Vale do Anhangabaú por volta das 13h40min e foi ovacionada pelo público, composto basicamente de integrantes de centrais sindicais e de movimentos populares. A presidente confirmou a decisão de reajustar o Bolsa Família em 9% e de corrigir a tabela de imposto de renda da pessoa física em 5% a partir do ano que vem.
Brasília
O ato contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff reuniu cerca de centenas pessoas em Brasília. Organizado pela CUT, Frente Brasil Popular e Frente Brasil sem Medo como parte da programação do 1º de maio, o movimento se reuniu na Torre de TV, na área central de Brasília.O ato contou com a presença de políticos locais e representantes da CUT. Manifestantes gritaram palavras de ordem como "não vai ter golpe" e protestaram pela manutenção de direitos trabalhistas.
Salvador
Famílias e representantes de movimentos sociais e centrais sindicais participam, desde as 10h, no Farol da Barra, em Salvador, de manifestação pelo Dia do Trabalho e contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O Ato dos Trabalhadores Contra o Golpe começou com a participação de crianças, na parte da manhã, que interagiram em rodas de capoeira, pintura e bambolê no espaço Brincança no Ato. Também para as crianças foi distribuída uma cartilha que explica o atual momento político brasileiro e o processo de impeachment, em linguagem infantil. Em cima de um trio elétrico, líderes sindicais deram início ao ato político ao meio-dia e dialogaram com os manifestantes sobre o processo de impeachment que está sendo analisado no Senado Federal. Participaram do ato estudantes, professores, representantes de movimentos feministas, sindicatos municipais e estaduais, das centrais Única dos Trabalhadores (CUT) e dos Trabalhadores do Brasil (CTB).
Fortaleza
Centrais sindicais e movimentos sociais fizeram ato na periferia de Fortaleza. Os grupos caminharam pela Avenida Leste-Oeste, no bairro Pirambu, em direção à Barra do Ceará, num percurso de cerca de 6 quilômetros. Neste ano, os manifestantes voltam a atenção para a possível retirada de direitos a partir de projetos que tramitam no Congresso Nacional. Os atores Carlos Alves e Mikael Oliveira, da trupe Tramas de Teatro, levaram para a passeata dois personagens baseados em Temer e Cunha. Com máscaras e pistolas d'água, eles rendem um trenzinho puxado a reboque por um carro e apontam armas de brinquedo para as pessoas.
Recife
Manifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff uniram o protesto contra o que chamam de golpe a reivindicações pela manutenção de direitos trabalhistas e outras conquistas sociais em ato realizado em Recife. Debaixo de chuva, os manifestantes saíram em caminhada da Praça do Derby, onde está montado um acampamento contra o impeachment, até o Marco Zero, no Recife Antigo. Nas placas e nos discursos dos militantes, os vice-presidente Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), eram chamados de golpistas.
*ZH com agências de notícias