Enquanto uma turma de estudantes jogava vôlei no ginásio da escola, ao fundo, no palco tomado por barracas, artistas como Tonho Crocco, João Ortácio, Cartolas e Negra Jaque se apresentavam em apoio ao movimento Escolas Ocupadas RS. O Festival Cultural organizado pelos manifestantes ocorreu neste domingo no Colégio Estadual Protásio Alves, em Porto Alegre, e teve como objetivo principal mostrar às autoridades uma versão de escola ideal projetada pelos alunos, farta em atividades culturais. Ao todo, 13 atrações musicais confirmaram presença no evento que se iniciou às 15h30min e entrou noite adentro.
– Esse festival mostra como é a escola que queremos. Não temos essa cultura no dia a dia, ninguém pergunta a nossa opinião para nada. Estamos provando também que ocupação não é bagunça – contou Ana Paula de Souza dos Santos, uma das organizadoras do ocupação no Protásio Alves.
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Além de divulgar o evento no Facebook, os alunos entraram em contato com as bandas, convidando-as para participarem do festival, que deve ter uma segunda edição nos próximos dias.
A cantora de hip-hop Negra Jaque fez sua apresentação no início da noite e exaltou a atitude dos estudantes:
– Esse é um movimento legítimo de resistência que busca soluções para a educação. Apoio eles porque sou do hip-hop e dos movimentos sociais.
Em torno de 50 alunos passam as noites no colégio e prometem deixar a instituição somente quando algumas obras estruturais forem feitas. Entre elas, a reforma do telhado – em dias de chuva, há goteira nas salas de aula –, do auditório e do refeitório.
A Secretaria de Educação do Estado (SEC) divulgou nota garantindo que não irá tratar as ocupações como "casos de polícia". A SEC comunicou que "tem buscado o diálogo com as direções e os alunos, para conhecer a pauta de reivindicações" e, na maioria das vezes, "trata-se de justas contribuições ao processo de melhoria da qualidade da educação pública. As demandas apresentadas são atendidas na medida do possível".