A Polícia Civil de Joinville apresentou, na tarde desta quarta-feira, três novos suspeitos de envolvimento na morte do adolescente Israel de Melo Júnior, de 16 anos, morto e decapitado em fevereiro. São eles: Valter Carlos Mendes, de 34 anos, Henrique Alexandre Guimarães, 21 anos, e Jonathan Luis Carneiro, 21. Eles se somam a outras duas pessoas já apresentadas no último dia 5: Leonardo Felipe Bastos, de 19 anos, e Luciano da Silva Costa, 23 anos.
Este último foi reapresentado nesta quarta porque vai responder a novas acusações. Ele tinha sido preso em flagrante no dia 5 com um rádio ligado na frequência do Centro de Operações da Polícia Militar.
Leia mais notícias de Joinville e região
Até agora chegam a cinco os suspeitos e novas prisões podem acontecer, informou o delegado da Divisão de Homicídios, Wanderson Alves Joana. Segundo ele, todos pertencem à facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC) e já estavam no Presídio Regional de Joinville em prisão preventiva por outros delitos, como roubo, associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo ou tentativa de homicídio. Valter, por exemplo, é acusado de participar de roubo recente a uma igreja.
Os suspeitos negaram à polícia participação no crime de Israel e disseram não conhecer um ao outro, embora o delegado afirme que Henrique seja cocunhado de Leonardo. O inquérito será concluído em até 60 dias e os autos encaminhados à Justiça.
Os cinco são suspeitos de crimes de sequestro, associação criminosa, homicídio qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver. A prisão se baseou em provas técnicas, testemunhais e exames periciais, disse o delegado. Se condenados, as penas somadas chegam a mais de 50 anos de detenção.
O crime
O laudo cadavérico apontou que Israel de Melo Júnior foi torturado antes de morrer. Em um dos crimes mais chocantes da cidade, após a morte ainda teve a cabeça arrancada e colocada em uma mochila, encontrada no bairro Jardim Paraíso na manhã do dia 2 de fevereiro. A decapitação foi filmada e divulgada pelas redes sociais.
Segundo o delegado, os criminosos estavam decididos a matar e sequestraram dois amigos de Israel para servirem de isca. Nenhum dos dois pertencem a facções. Eles foram levados para uma casa isolada no bairro Ulysses Guimarães, onde ficaram por quase 24 horas. Mensagens de celular trocadas entre Israel e as vítimas do sequestro o atraíram para o local. O corpo ainda não foi encontrado.