As negociações de paz entre as partes beligerantes no Iêmen, que deviam começar nesta segunda-feira no Kuwait, foram adiadas, afirmou o delegado da ONU, Ismail Sheikh Ould Ahmed, que pediu aos rebeldes xiitas que participem no diálogo.
"Deviedo aos acontecimentos das últimas horas, o início das negociações de paz previstas para esta segunda-feira foi adiado", afirmou o delegado, em um comunicado.
As negociações foram adiadas porque a delegação dos rebeldes huthis ainda não havia deixado a capital Sanaa, informou uma fonte ligada à delegação governamental.
Na sexta-feira, Ahmed, havia confirmado ante o Conselho de Segurança da ONU esta nova rodada de negociações entre o governo reconhecido pela comunidade internacional e os rebeldes xiitas huties.
"Jamais estivemos tão perto da paz" no conflito no Iêmen, afirmou.
Ao menos 13 combatentes pró-governo morreram em um ataque próximo à capital iemenita, Sanaa, apesar do cessar-fogo decretado pela ONU na semana passada.
O cessar-fogo foi violado em várias ocasiões no Iêmen desde sua entrada em vigor, e nenhuma das partes declarou o conflito encerrado. Nesta segunda-feira, devem ter início as conversações de paz no Kuwait sob o patrocínio da ONU.
Desde a intervenção em 2015 da coalizão liderada pela Arábia Saudita para apoiar o governo, o conflito no Iêmen já deixou 6.300 mortos, a metade civis, e 30 mil feridos.
O conflito também produziu 2,4 milhões de refugiados e 80% da população necessita de ajuda humanitária, segundo a ONU.
O movimento rebelde pró-Irã dos huthis controla Sanaa desde setembro de 2014 e tem conseguido resistir aos avanços das forças xiitas pró-governo, apoiadas pela coalizão árabe, no norte e no centro do Iêmen.
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