Intelectuais gaúchos lançaram, na tarde desta segunda-feira, um manifesto em defesa da democracia e do Estado democrático de direito. O documento foi encabeçado por um grupo de mais de 400 profissionais das áreas de educação superior, cultura, pesquisa, comunicação, direito e ações comunitárias do Estado.
Contando com a assinatura de nomes como Hique Gomez, Nei Lisboa, Katia Suman e Luis Fernando Verissimo, o texto lembra o envolvimento de parlamentares em investigações de casos de corrupção. Um trecho do documento considera precoce o envio de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
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"Os partidos de oposição aliados a setores descontentes da base governista estão encaminhando um processo de impeachment da presidente da República, de forma açodada e sem que tenha sido caracterizado crime de responsabilidade".
A manifestação diz ainda que a mídia pratica uma acusação seletiva aos partidos da base do governo federal, o que incentiva "uma descrença crescente da população nas instituições do Estado Democrático". Além disso, a declaração critica órgãos federais:
"Setores expressivos do Ministério Público e da Polícia Federal não têm cumprido seu papel de realizar investigações apartidárias, de modo que todos os suspeitos de corrupção possam ser investigados e julgados de forma imparcial – salvaguardados o direito ao contraditório e a presunção da inocência. Pelo contrário, vêm mantendo uma postura sem imparcialidade, de clara desestabilização do Governo Federal".
O ofício fala também que o Poder Executivo federal encontra-se imobilizado diante das mudanças necessárias para enfrentar a crise econômica e a retomada do desenvolvimento, argumentando que os "ataques constantes realizados ao Poder Executivo têm tido como consequência a redução de sua capacidade de atuar como liderança hemisférica na defesa do desenvolvimento autônomo das nações, frente ao poder dos grandes blocos econômicos hegemônicos".
O grupo conclui o texto alegando que uma alternativa não democrática implicaria retrocessos políticos, sociais e econômicos para o país "e, principalmente, para os segmentos da população em situação de maior vulnerabilidade social".
O manifesto está aberto para a adesão de profissionais universitários de todos os Estados e de outros países que quiserem se engajar ou solidarizar com a causa.