A Escola Erico Verissimo na Zona Leste de Porto Alegre, que suspendeu as aulas quatro vezes este ano em função de tiroteios entre facções, voltou a abrir as portas nesta quarta-feira. Viaturas da Brigada Miliar estavam posicionadas em frente à unidade escolar principalmente nos horários de entrada e saída dos alunos.
Os pais de um menino de 7 anos sentiram-se seguros ao buscá-lo na escola por volta do meio-dia. Eles ficaram aliviados em ver os portões da unidade abertos, pois estavam preocupados com o conteúdo perdido nos dias em que o turno foi reduzido ou não houve aula.
– Ele é louco para vir à aula, adora. O problema é que ficam atrasando (o conteúdo), mas ele é um bom aluno – ressaltou o pai.
Para o comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Egon Kvietinski, a medida de suspensão das aulas em dias de conflito não é a solução. Para ele, o local mais seguro daquela comunidade do Bairro Jardim Carvalho é justamente dentro da escola. Dispensar as crianças antes do horário pode se tornar um problema na visão do comandante.
– O local mais seguro é dentro da escola. Nós defendemos que a quebra dessa rotina expõe muito mais as crianças do que mantendo (elas na escola) – avaliou.
De acordo com Kvietinski, não há uma previsão de quanto tempo a operação de segurança em frente à escola será mantida. As decisões serão tomadas de acordo com as circunstâncias daquela e de outras localidades que estão sob a responsabilidade do 20º batalhão.
Clima de insegurança
A reportagem do Diário Gaúcho esteve nas redondezas da escola na tarde de terça-feira, um dos dias em que a Erico Verissimo fechou as portas por causa de tiroteio que ocorreu pela manhã no bairro. Havia pouca movimentação na rua. As saídas de casa se limitam a comprar o pão no mercado ou pegar a condução no ponto de ônibus.
Guerra do tráfico na Capital
"Local mais seguro é dentro da escola", diz comandante da BM sobre retomada de aulas na Erico Verissimo
Escola reabriu as portas nesta quarta-feira após dois dias com aulas suspensas em função da violência na comunidade em Porto Alegre
Schirlei Alves
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