A presidente Dilma Rousseff (PT) lembrou do ex-presidente e ex-senador José Sarney, uma das lideranças do PMDB, durante discurso na cerimônia de assinatura do decreto que regulamenta a transferência do domínio do Estado do Amapá de terras pertencentes à União. Nem evento e nem o discurso foram informados previamente pelo Planalto e a cerimônia, realizada na tarde desta sexta-feira, só foi incluída na agenda da presidente em uma atualização feita à noite.
No pronunciamento, uma tentativa de mostrar que segue trabalhando mesmo na reta final da avaliação do processo de impeachment contra ela na Câmara, a presidente cumprimentou parlamentares pelo processo de regularização das terras, um processo "intenso de negociação, de discussão, que envolveu não só o governo, não só as bancadas, mas também envolveu a sociedade civil", afirmou, em material gravado pelo Planalto e divulgado posteriormente.
– Eu agradeço aos senhores, porque participaram desse processo, e eu tenho certeza também que nós aqui devemos lembrar também o senador Sarney, que participou também desse processo (...) neste que é, talvez, eu diria, a modernização maior para o Estado do Amapá, que é ter suas próprias terras – completou a presidente.
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Ainda no evento, a presidente disse que todas as questões relacionadas às terras amapaenses, sejam as quilombolas, de assentamentos, "enfim, todas aquelas que impactam populações tradicionais que vivem nessas regiões foram consideradas", afirmou.
– E acredito também que é fundamental que a União não seja a proprietária das terras do Estado. Porque seria de fato uma contradição a União, e não o Estado, deter as terras.
Dilma lembrou que o Amapá era o último Estado da federação a não ter suas próprias terras e que o ato de transferência das terras da União "é um instrumento de maior crescimento para o Estado e para sua população", concluiu.