O juiz federal Sergio Moro deve enviar nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a lista de pagamentos que teriam sido feitos a cerca de 200 políticos, apreendida em uma busca da Polícia Federal na casa de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, um dos executivos da Odebrecht, durante a 23ª fase da Operação Lava-Jato, conhecida como Acarajé, deflagrada no mês passado.
De acordo com análise preliminar feita por Moro, a lista envolve pagamentos a pessoas com foro por prerrogativa de função, como deputados e senadores, e, portanto, deve ser remetida ao Supremo, instância responsável por esses processos.
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Em despacho na última sexta-feira, no qual libertou nove presos temporários na 26ª fase da Lava-Jato, identificada como Operação Xepa, o juiz disse que ainda não é possível avaliar a legalidade dos pagamentos, sendo que a Odebrecht é uma das maiores doadoras para campanhas políticas.
– Os pagamentos retratados nas planilhas encontradas na residência do executivo Benedicto Barbosa podem ser doações eleitorais lícitas ou mesmo pagamentos que não tenham se efetivado – diz Moro. –A cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Supremo Tribunal Federal.
Na quarta-feira, Moro colocou em segredo de Justiça a lista de pagamentos. A medida foi tomada pelo juiz após a relação ter sido anexada ao processo sobre as investigações da Lava Jato e divulgada pela imprensa.