Terminou na noite desta quinta-feira a reunião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com petistas e representantes sindicais em um hotel da capital paulista. Lula saiu sem falar com a imprensa, mas o presidente do PT, Rui Falcão, voltou a falar brevemente com jornalistas.
Questionado sobre a possibilidade de Lula assumir um ministério no governo Dilma, Falcão desconversou e disse que o assunto não foi discutido no encontro, que teve a participação do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Perguntado especificamente sobre a possível ida de Lula para a Casa Civil, Falcão disse que a pergunta deveria ser feita para a presidente Dilma Rousseff.
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O presidente do PT disse que o ministro recebeu de forma bastante "compreensiva" as críticas de sindicalistas e petistas à política econômica do governo Dilma.
– O ministro Nelson Barbosa tem sido interlocutor permanente, muito aberto ao diálogo, confia, pelos últimos dados, que a economia brasileira está retomando – disse Falcão. – O ministro foi muito acessível e muito compreensivo em relação às críticas também.
A proposta da reforma Previdenciária, defendida por Barbosa e rechaçada por petistas e sindicalistas, foi um dos temas do encontro. Rui Falcão destacou que o ministro teria esclarecido que direitos dos trabalhadores não serão cancelados.
– Ele expôs as razões pelas quais ele defende uma reforma (previdenciária), esclarecendo que não pretende cancelar direitos, uma coisa que começa a produzir efeitos daqui a alguns anos, (não vai) nem cancelar direitos nem expectativas de direitos, e acha que essa é uma medida necessária para estabilizar no médio e longo prazos a economia brasileira.
Segundo o presidente do PT, o ministro mostrou dados a petistas como a previsão de que a balança comercial brasileira chegue a um saldo de US$ 50 bilhões no fim do ano. Falcão também citou a desaceleração da inflação – que ficou em 0,90% em fevereiro, abaixo do piso das expectativas que estava em 0,92% – como sinal de que a economia brasileira estaria se recuperando.
– Ele anunciou outras medidas que pretende mandar ao Congresso Nacional, medidas que caminham para a estabilidade, para poder preservar empregos, garantir crescimento econômico e tirar o Brasil da crise, que é em grande medida impulsionada também pela oposição que quer o quanto pior melhor, a obstrução no Congresso Nacional, a crise permanente que promovem, a agitação, o descrédito do nosso país – disse Falcão.
*Estadão Conteúdo