O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) defendeu o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em entrevista publicada no sábado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Ele ainda disse considerar essa a única solução para a crise política e econômica que atinge o país. Para FHC, a legitimidade do processo não vem do Congresso, mas das ruas.
No fim do ano passado, o presidente havia manifestado que tinha dúvidas em relação ao impeachment. "Mas, com a incapacidade que se nota hoje de o governo funcionar, de ela (Dilma) resistir e fazer o governo funcionar, eu acho que agora o caminho é o impeachment. Se eu bem entendi o que as ruas gritaram, foi isso. As ruas gritaram (no dia 13) renúncia, fim, impeachment", disse.
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O ex-presidente apontou que o PSDB deve contribuir com um eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB), com ou sem cargos em ministérios, e avaliou que as instituições brasileiras estão "mais sólidas" do que estavam no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992.
FHC ainda disse que "dá tristeza ver Lula enterrando a própria história". O ex-presidente afirmou que ficou "estarrecido" com o depoimento do petista à Polícia Federal (PF) e que, caso alguém venha a suceder Dilma, tem de "transmitir ao país um sentido simbólico até de respeitabilidade, responsabilidade, cuidado com as palavras, atenção ao povo e, sobretudo, um sinal de que é capaz de unir o país".