O marqueteiro João Santana desembarcou na manhã desta terça-feira no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP). Na véspera, Santana teve a prisão decretada pela Justiça na 23ª fase da Operação Lava-Jato.
Acompanhado pela mulher, Mônica Moura, que também teve a prisão decretada, o marqueteiro estava na República Dominicana, onde atuava na campanha de reeleição do presidente Danilo Medina. Santana e Mônica foram levados em um avião da Polícia Federal para Curitiba.
O casal chegou à capital paranaense por volta das 11h40min e será levado para a Superintendência da Polícia Federal, centro das investigações. Santana e Mônica receberam voz de prisão ao desembarcarem em São Paulo. Às 15h, eles serão levados para o Instituto Médico Legal, onde farão exame de corpo de delito. Depois, retornarão para a sede da PF.
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O casal chegou ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, em um voo da Gol que saiu de Punta Cana. O voo estava previsto para chegar às 10h, mas teve a aterrissagem antecipada para as 9h20min.
Conforme a Folha de S. Paulo, o casal viajou para o Brasil acompanhado pelo advogado Fábio Tofic na classe econômica – não havia primeira classe no voo. Santana e Mônica estiveram entre os últimos passageiros a desembarcar em Guarulhos. Além disso, o jornal informa que o casal não foi alvo de manifestações de passageiros.
A Operação Lava-Jato investiga a relação do marqueteiro com a empresa Odebrecht. A construtora também é alvo das investigações, por suspeita de ter feito repasses financeiros a ele no Exterior.
De acordo com a Lava-Jato, Santana recebeu pelo menos US$ 7,5 milhões em contas no Exterior. Do total, US$ 4,5 milhões teriam sido repassados em nove depósitos pelo lobista Zwi Skornicki, preso pela Polícia Federal (PF) e considerado operador de propina no esquema da Petrobras. Mais US$ 3 milhões teriam sido pagos em offshores (empresas ou contas em paraísos fiscais) vinculadas à Odebrecht.
O juiz federal Sérgio Moro determinou na segunda-feira o sequestro de um apartamento, localizado em São Paulo, registrado em nome de Santana e de sua mulher. Há suspeita de que o imóvel teria sido pago com dinheiro retirado de uma conta secreta na Suíça.
Em outra medida cautelar em nome dos investigados, Moro decretou o bloqueio das contas pessoais do marqueteiro e de sua esposa, o que também foi estendido a Skornicki.
A defesa de Santana divulgou que recursos recebidos por ele no Exterior são relativos a trabalhos executados fora do Brasil. Santana atuou nas campanhas da presidente Dilma Rousseff, em 2010 e em 2014, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.
*ZERO HORA COM AGÊNCIAS