Depois de 11 anos filiado ao PDT, o senador Cristovam Buarque (DF), 71 anos, decidiu deixar o partido e migrar para o PPS, o que deve ocorrer na próxima quarta-feira. Ele criticou o fato de o PDT ter buscado o apoio do PT para lançar a candidatura de Ciro Gomes à Presidência em 2018, se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não for candidato.
O senador havia trocado o PT pelo PDT em 2005, pouco antes de vir à tona o escândalo do mensalão. Dessa vez, Cristovam vinha sendo cortejado por dirigentes de várias siglas, entre as quais PSB, PRB e PPL, mas optou pelo PPS após receber convite pessoal do presidente nacional da legenda, Roberto Freire.
LEIA MAIS
Deputados federais aproveitam emenda constitucional para mudar de partido
– Se Lula não tiver condições de ser candidato e nem outro candidato se viabilizar, o PDT lança o Ciro para continuar o governo do PT. Mais ou menos como os militares fizeram quando estavam perdendo força e apoiaram Paulo Maluf. Ele seria a continuação do regime com roupa civil. Ciro Gomes será a continuação da Dilma com calça comprida, e a continuação do Lula sem o macacão de operário. O PDT hoje é um braço do PT, e não quero meu nome comprometido com isso – afirmou Cristovam ao jornal O Globo.
Sobre a possibilidade de entrar na disputa presidencial pelo PPS, o senador reconheceu que a chance existe. Apesar disso, negou estar mudando de partido apenas para concretizar o desejo de ser candidato – e até sinalizou apoio ao nome do senador José Serra (PSDBSP), a quem fez elogios.
Cristovam disse ainda que pretendia se aposentar, mas acabou optando pela nova guinada política por ser próximo de Roberto Freire e porque quer ajudá-lo a modernizar o PPS, para que passe a fazer uma "oposição construtiva".
– Ele me trouxe o desafio de ajudar a atualizar o PPS, os outros não me chamaram para isso – disse.