Chuvas fortes têm dado grandes prejuízos para Maria Delfina Flores, 75 anos, moradora da Rua Casemiro de Abreu, no bairro Perpétuo Socorro, em Santa Maria. Em pouco mais de um ano, o muro de 17 metros da casa dela caiu três vezes, danificando veículos e eletrodomésticos. A culpa é da falta de escoamento da água da chuva na região.
Mesmo morando há 30 anos no mesmo local, é desde 2009 que as chuvas fortes têm provocado danos sérios na casa da costureira Maria. Ela já perdeu as contas do prejuízo financeiro causado por obras mal planejadas nos arredores da casa dela e, agora, não sabe de onde tirará recursos para mais uma reforma.
- Eu costurava, fazia vestidos de noiva e tudo mais. Até que perdi as máquinas em uma dessas enxurradas. Peguei uma emprestada para fazer alguns serviços, e também estragou. Já perdi dois carros com isso, também - lamenta a costureira.
Conforme Maria, foi depois que um vizinho aterrou o encanamento por onde escoava uma antiga sanga, que também passava pelo Clube Atiradores Esportivo, que os problemas começaram. A construção de outros prédios, segundo ela sem a ampliação da rede de esgoto pluvial, ajudou a piorar o problema.
O coordenador da Defesa Civil de Santa Maria, Adelar Vargas, confirma que os muros da região caíram por falta de escoamento da água, após a interrupção da antiga sanga.
Maria Delfina afirma já ter recorrido a órgãos públicos que deveriam solucionar o problema, com obras de saneamento mais extensivas. Porém, sem ter visto soluções, recorreu à Justiça.
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Ela organizou um abaixo-assinado para pedir as obras. Segundo ela, não há bueiros e encanamento suficientes para dar conta da água que desce pela rua e pelo morro, acumulando tudo no pátio dela e de alguns vizinhos.
- Da última vez, foram 14 containers de entulho tirados do meu pátio. Já fechei uma porta por onde entrava água e contratei um engenheiro para fazer um muro reforçado depois da última chuva, em outubro. Parentes me ajudaram a pagar, mas não foi suficiente. A água da chuva voltou pelos canos e entrou em casa pelo ralo do tanque - conta a idosa, emocionada.
Na hora da chuvarada, no começo da noite de sexta-feira, Maria não estava em casa, mas visitava uma filha. Na tarde deste sábado, ela tentava tirar o barro e a água ainda acumulados dentro de casa, enquanto buscava ajuda para conseguir lonas para cobrir o que foi danificado.