
A audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul realizada nesta terça-feira, que contou com a presença do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), iniciou com tumulto e agressão. Militantes pró e contra o deputado trocaram chutes e socos, chegando a rolar no chão do Teatro Dante Barone.
Logo após a execução dos hinos nacional e estadual, movimentos sociais realizaram um "beijaço LGBT" - a ação durou cerca de cinco minutos. Muitos manifestantes gritavam palavras de ordem como "A nossa luta é todo dia!", contra o machismo, racismo e a homofobia, e "Fascista!", dirigindo-se ao deputado. Os pró-Bolsonaro rebatiam com "Bolsonaro guerreiro, orgulho brasileiro".
Após o ato, quando grande parte dos manifestantes já havia saído da Assembleia, uma jovem começou a agredir verbalmente os militantes pró-Bolsonaro. Nesse momento, começou a briga entre os dois grupos.
Um dos envolvidos na confusão identificou-se como Jorge Alberto Eisenhut, 66 anos. O fiscal ambiental aposentado disse que foi agredido enquanto juntava os óculos que haviam caído no chão.
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Jair Bolsonaro (segundo da esquerda para a direita) veio a Porto Alegre a convite do general de exército Edson Leal Pujol
Foto: Lauro Alves/Agência RBS
- A minha função é bater em esquerdopata. Eu tô sempre batendo neles - declarou o militante.

Para conter os ânimos, a segurança foi chamada, e o grupo que se posicionava contra Bolsonaro foi retirado do local. O evento não foi interrompido.
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Bolsonaro veio a Porto Alegre a convite do general de exército Edson Leal Pujol, que às 19h desta terça-feira assume o Comando Militar do Sul. Pujol foi colega de turma de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras, entre 1974 e 1977, em Resende, no Rio de Janeiro. Por isso, decidiu convidar o deputado federal carioca para a cerimônia de passagem de comando.
Pujol substituirá no Comando Militar do Sul o general Antônio Hamilton Martins Mourão - afastado do posto após criticar o governo federal e propor uma homenagem ao coronel Brilhante Ustra, símbolo da repressão durante a ditadura.
Purpurinaço
Bolsonaro também foi alvo de um "purpurinaço" enquanto concedia uma entrevista na Assembleia. O parlamentar chegava ao local para um encontro da bancada do PP quando manifestantes jogaram purpurina sobre ele. No "purpurinaço", o deputado foi chamado de "homofóbico", "fascista" e "racista".
Segundo a assessoria de imprensa da bancada do PP, o ato foi isolado, de um ou dois manifestantes, que em nada abalou o andamento do encontro partidário e não pautou o debate. "A bancada respeita democraticamente qualquer opinião."