O ato contra o aumento das passagens de transporte coletivo em São Paulo foi marcado por tumulto no centro da capital paulista, onde manifestantes e policiais militares se enfrentaram. Manifestação foi dispersada por voltas das 19h30min. A chamada "tropa do braço", da Polícia Militar (PM), escoltou os black blocs. Os jovens vestidos de preto receberam orientações para ficarem juntos do ato para não serem presos.
– Eles querem envelopar o black bloc, pegar todo mundo. Por isso, não podemos desgarrar. Se a PM pegar um, vai ter briga e é tudo que a polícia quer para aparecer na televisão – afirmou um deles, que usa um rádio para se comunicar com outros integrantes do ato.
Com o slogan "R$ 3,80 o povo não aguenta" em frente ao Teatro Municipal, no centro de São Paulo, o Movimento Passe Livre (MPL), coletivos estudantis, secundaristas que participaram das ocupações em escolas, juventude de partidos políticos de esquerda e o Sindicato dos Metroviários iniciaram, às 17h desta sexta-feira, o ato contra os reajustes nas tarifas de ônibus, trens e metrô.
A Polícia Militar levou três ônibus cheios de policiais para o Viaduto do Chá, no Vale do Anhangabaú. Segundo Vitor dos Santos, porta-voz do MPL, o foco da manifestação é a revogação dos novos preços que começam a valer neste sábado.
– Os políticos falam que a decisão é técnica, mas beneficia mais os empresários do que a população. Eles têm que tirar dinheiro dos ricos, não do povo que faz girar essa cidade. É o rico que tem que financiar o transporte e não o contrário.
Ao menos um policial militar e um manifestante ficaram feridos. O PM tinha o rosto ensaguentado, enquanto o manifestante foi aparado por colegas aparentemente com um ferimento na barriga.
A confusão começou na confluência da Avenida Tiradentes com a Avenida 23 de maio, sob o Terminal Bandeira, exatamente quando manifestantes ocuparam a Tiradentes no sentido da Zona Norte. Não se sabe ainda o que causou a confusão, mas a Polícia Militar jogou bombas de efeito moral. Um carro da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foi destruído por mascarados. O para-brisa foi quebrado e o retrovisor esquerdo foi arrancado a chutes. Um veículo ficou no meio da passeata, começou a dar ré entre os manifestantes e a polícia partiu pra cima quando eles pularam a mureta.
A confusão se espalhou pela Ladeira da Memória e nas entradas no Metrô Anhangabaú e do Terminal Bandeira. Várias pessoas se protegeram na entrada dos terminais. Policias militares usaram bombas de efeito moral e bombas de gás lacrimogêneo, enquanto manifestantes mascarados responderam com garrafas e pedras. Orelhão em frente ao Terminal Bandeira foi depredado.
* Agência Estado