Em meio a turbulências na economia chinesa, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou a cair e a fechar no menor nível em sete anos. O Ibovespa, índice da Bolsa de São Paulo, encerrou esta terça-feira em 37.517 pontos, com recuo de 1,35%. O indicador está no menor nível desde março de 2009, no auge da crise desencadeada pelo colapso no crédito imobiliário dos Estados Unidos.
As ações da Petrobras, as mais negociadas na Bovespa, mais uma vez, ajudaram a puxar a queda. As ações preferenciais da companhia, que dão preferência na distribuição de dividendos, caíram 3,29% e fecharam em R$ 6,01. As ações ordinárias, que dão direito a voto nas assembleias de acionistas, despencaram 4,31% e encerraram a R$ 4,22.
Apesar da instabilidade nas bolsas, o mercado de câmbio teve um dia de recuperação. O dólar comercial caiu R$ 0,032 (-0,78%) e fechou o dia vendido a R$ 4,07. Foi a primeira vez em que a moeda norte-americana fechou abaixo de R$ 4,10 em uma semana. A divisa acumula alta de 3,1% em 2016.
O dia foi novamente marcado por instabilidades na China, que afetaram os principais mercados mundiais. A Bolsa de Xangai caiu 6,38% e chegou ao menor nível em um ano. A decisão do Banco Central do país asiático de injetar 440 bilhões de yuans não conteve a queda nas ações chinesas. Na semana passada, o governo chinês havia injetado 600 bilhões de yuans.
Desde o fim do ano passado, o mercado financeiro chinês tem sofrido turbulências por causa de dados que mostram a desaceleração da maior economia do planeta. Em 2015, o país cresceu 6,9%, a menor expansão em 25 anos. A redução do ritmo de crescimento da China reduz a demanda global por matérias-primas e afeta países exportadores de produtos agrícolas e minerais, como o Brasil. Com as exportações mais baratas, menos dólares entram no país, empurrando a cotação para cima.