A presidente Dilma Rousseff afirmou, na manhã desta quinta-feira, durante café com jornalistas no Palácio do Planalto, em meio a um clima descontraído e com direito a selfies, que os maiores erros do governo foram não ter percebido os sinais e não ter dimensionado o quanto a economia do Brasil ia mal.
– Nós, assim como muitos, não percebemos o tamanho da desaceleração em decorrência de efeitos externos e internos – afirmou a presidente.
Governo tem o desafio de fazer ajuste fiscal em meio a eleições
Sindicatos condicionam apoio a Dilma a fim do ajuste fiscal
Para reverter o cenário atual, o governo vai apostar em ações voltadas principalmente para a área tributária. Um dos objetivos é aprovar a volta da CPMF no Congresso, o que deve ser articulado mesmo em meio à tramitação do processo de impeachment contra ela, com base aliada frágil e governabilidade dificultada.
– Não é questão só de reequilíbrio fiscal, mas também é questão de saúde pública. Aprovar a CPMF pode ajudar a resolver o problema da saúde pública no país – afirmou.
Outro ponto crucial para o Planalto é a reforma previdenciária. Dilma garantiu que as mudanças, que serão discutidas a partir de um fórum em fevereiro, não afetarão direitos adquiridos pelos segurados e respeitarão o tempo de transição de um sistema para outro. Uma das possibilidades é adotar como base o modelo do cálculo 85/95 progressivo, em vigor desde novembro.
Sartori se posiciona contra o impeachment de Dilma Rousseff
Jaques Wagner diz que não há "coelho na cartola" para salvar economia
A equipe econômica também estuda modificar alguns sistemas tributários, como ICMS e PIS/COFINS, além de estabelecer uma transição para empresas que deixam os benefícios do Simples e definir estratégias sobre a lei de repatriação de recursos no Exterior.
Sobre a crise política, a presidente disse que não é possível governar pensando em repetir 2015 e que acredita que o ano de 2016 será melhor. Destacou que a oposição tem que tomar algumas medidas a favor do Brasil mesmo que tenham sido adotadas pelo governo. Dilma afirmou que "havia uma consciência baixa sobre a situação de crise", ao comentar que a base aliada passou o ano tentando se defender de pautas-bomba que o Congresso insistia em votar.
A presidente voltou a defender as ações de investigação de corrupção por parte da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, principalmente no que se refere à Operação Lava-Jato.
Temer age para não perder comando do PMDB
Avanço em ajuste fiscal só após superar risco de impeachment
– Tenho clareza de que devo ter sido virada do avesso. Tenho clareza de que podem continuar me virando do avesso.
Disse também que é preciso acabar com a espetacularização e não achar que destruir empresas seja uma forma de combate à corrupção.
Dilma embarcou no começo desta tarde para Porto Alegre, onde visita o segundo neto. Filha única de Dilma, Paula Rousseff deu à luz Guilherme às 7h11min desta quinta-feira no Hospital Moinhos de Vento.
*Zero Hora