Amigo e companheiro de trabalho do primeiro sargento Arilson Silveira dos Santos há 16 anos, o comandante do 32º BPM, major João Ailton Iarushewski, 44 anos, defendeu a postura do colega, morto em tentativa de assalto na madrugada de sábado em Dois Irmãos, no Vale do Sinos. Segundo a apuração preliminar da Polícia Civil, Arilson tentou impedir que três criminosos assaltasse um bar, no bairro Moinho Velho.
Mesmo desarmado, ele chegou a render um dos bandidos, mas foi baleado pelas costas e não resistiu. O policial militar, que servia à corporação em Dois Irmãos, estava de folga no dia do crime. Com 42 anos, ele era casado e deixa, além da mulher, dois filhos. Os assaltantes conseguiram fugir em um Chevrolet Prisma, que foi abandonado na Colônia Japonesa, em Ivoti. A Polícia Civil investiga o caso e ainda não identificou os suspeitos.
– Quando a gente entra na BM, faz um juramento, mesmo com o risco da própria vida. A morte nos acompanha. Trabalhamos com a escória da sociedade, e a escória não paga imposto para atirar. Se puder, atira. Nós ainda pensamos, avaliamos o cenário. O vagabundo não quer saber se vai pegar no policial ou inocente, ele está ali para tudo – afirma o major Iarushewski, cujo batalhão é responsável por Sapiranga e mais 11 municípios.
Formado em 1993 na Brigada, Arilson Silveira dos Santos estava respondendo pelo comando do pelotão de Dois Irmãos. Além de tarefas administrativas, ele coordenava operações policiais na região. O primeiro sargento jogava futebol todos os sábados na cidade e tinha, de acordo com Iarushewski, uma ótima relação com a comunidade:
– Ele estava num momento de lazer (quando ocorreu o assalto). Porém, somos policiais 24 horas por dia. Na hora, fala mais alto a vontade de servir. A lembrança que fica para todos é de um trabalhador correto, coerente e dedicado.
O corpo de Arilson é velado da noite deste sábado e será sepultado no domingo, às 8h, em Dois Irmãos. A ação dos bandidos foi registrada por câmeras do bar, e as imagens serão encaminhadas para a Polícia Civil.