O novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que substituiu Joaquim Levy no comando da pasta na semana passada, afirma que pretende "aperfeiçoar a política econômica" a fim de promover uma retomada mais rápida do crescimento no país.
Em entrevista concedida ao jornal Estado de S. Paulo durante o final de semana, Barbosa também procurou acalmar o mercado financeiro – que reagiu mal ao anúncio de seu nome ao interpretar que sua escolha reflete um menor compromisso com o rigor nas contas públicas em comparação a seu antecessor. O ministro declarou:
– Podem ficar tranquilos que, com o tempo necessário, vamos resolver todos os problemas.
Nelson Barbosa afirmou que não será questionada a meta fiscal já acordada de 0,5% do PIB como superávit para o ano que vem. Porém, deixou em aberto a possibilidade de que, "caso necessário", no futuro seja discutida a adoção de uma "margem fiscal" que aumente a flexibilidade desse indicador.
Barbosa elegeu ainda a reforma da Previdência como prioridade para o ano que vem, a fim de aliviar o impacto sobre o orçamento. Confira, abaixo, o que disse o ministro sobre alguns outros temas.
Prioridades no ministério
"Nosso maior desafio é o fiscal. Se conseguirmos controlar o crescimento do gasto público, vamos conseguir ter os resultados primários e reduzir a dívida pública. Isso vai ajudar a recuperação do crescimento, de um lado, e o controle da inflação, de outro lado."
Retomada do crescimento
"Temos de trabalhar para construir as duas coisas: estabilidade e recuperação do crescimento. Elas andam juntas. Não dá para ter uma sem ter a outra. Nesse momento, é preciso controlar a inflação, elevar o resultado primário do governo para dissipar as incertezas macroeconômicas."
Desconfiança do mercado
"É natural que em momentos de mudança de nomes possa ocorrer volatilidade, mas isso vai se dissipar rapidamente na medida em que ficar cada vez mais claro que as medidas que estão sendo tomadas continuam na mesma direção."
Perda do grau de investimento
"Estamos trabalhando no reequilíbrio fiscal e na retomada do crescimento. Essas duas coisas, à medida que forem se concretizando, vão contribuir para a melhora da avaliação de crédito do Brasil. Não só por parte das agências de rating, mas por parte de todos os investidores."