A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) não apurou como o assaltante José Carlos dos Santos, o Seco, tinha telefone celular dentro da cela, na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), um ano atrás. À época, Seco foi investigado na Operação Trinca-Ferro, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Ele comandava furtos, roubos e clonagem de carros desde sua cela, na prisão que deveria ser de segurança máxima.
Na manhã desta segunda-feira, Seco foi novamente preso pela Polícia Civil dentro da Pasc por extorsão mediante sequestro e tráfico de drogas. Teve duas prisões preventivas decretadas contra ele pela Justiça na Operação Palco.
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No ano passado, quando foi desencadeada a operação Trinca-Ferro, a Susepe anunciou que abriria sindicância para verificar como Seco tinha telefone dentro da cadeia. Segundo a assessoria de imprensa da Susepe, no entanto, sindicância não foi aberta em 2014 "por falta de indício e ou provas sobre o envolvimento de pessoas na facilitação de ingresso de celulares".
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Conforme a Susepe, à época, foram tomadas medidas: foi implantado scanner corporal para coibir o ingresso de materiais ilícitos para o interior das celas e as revistas passaram a ser mais intensas nas galerias.
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- Na época, não houve indício de participação funcional no fato de ele ter celular. Na semana passada, Seco esteve no isolamento por questões disciplinares, e também nada foi encontrado na cela dele de celular ou chip - explicou Mário Pelz, diretor do Departamento de Segurança e Execução Penal da Susepe.
Questionado sobre se a existência dos áudios não é suficiente para indicar que o preso usa celular dentro da cela, Pelz disse:
- A existência dos áudios diz que ele se comunicou. Não há indicação de como fez isso, como obteve o celular. A apuração será feita pela Polícia Civil. Dependendo do que surgir, vamos analisar alguma medida, eventual apuração no âmbito administrativo.
* Zero Hora