Em pouco mais de uma hora, o assistente de palco da Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão, contou ao juiz do processo criminal sobre o incêndio da Kiss, Ulysses Fonseca Louzada, qual era a sua função na banda e como foi o seu envolvimento na compra do artefato que originou o fogo na boate, em 27 de janeiro de 2013.
- O Danilo (gaiteiro da banda) decidia como ia ser o show. Ele me dava o dinheiro e eu comprava o artefato. Para mim, era seguro (sobre uso do artefato). Nunca existiu um ensaio do show pirotécnico - afirmou o produtor de palco.
Luciano foi o segundo dos réus do processo criminal a depor. O primeiro depoimento, do vocalista da banda, Marcelo Santos, ocorreu na terça-feira. Segundo a denúncia do Ministério Público, foi Luciano quem comprou e acionou o artefato usado pelo vocalista Marcelo dos Santos.
Luciano respondeu apenas às perguntas feitas pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada. Ele não quis responder aos questionamentos feitos pela defesa, pelos assistentes de acusação e pelo Ministério Público. O segundo dia de audiências também foi acompanhado por familiares de vítimas do incêndio.
Marcelo Jesus do Santos, que era vocalista da banda e é réu no processo, acompanhou a audiência. O ex-sócio da boate, Mauro Hoffmann, que compareceu no depoimento de ontem, não esteve presente na quarta-feira. O outro ex-sócio, Elissandro Spohr, o Kiko, não foi em nenhum dos dias. Os dois ex-sócios irão depor na próxima semana: Kiko, no dia 1º de dezembro, em Santa Maria, e Mauro, no dia 3, em Porto Alegre.
Durante sua fala, Luciano disse que não era produtor da banda e com isso, não era responsável pelas decisões do conjunto. Ao juiz, ele esclareceu que sua função era carregar os instrumentos musicais e água para os músicos.
- Quando eu chegava, ficava atrás de uma cortina. Eu era uma pessoa oculta na banda. Não quero acusar ninguém. Sou inocente e sou vítima. Jamais ia provocar alguma coisa que tirasse a vida de alguém - disse Luciano.