Morreu sábado, em Tel Aviv, Israel, Nahum Sirotsky, jornalista em atuação desde a década de 1940. Ele faria 90 anos no dia 19 de dezembro. Nahum havia sido diagnosticado com câncer e estava internado em uma clínica em Tel Aviv, cidade onde foi enterrado.
Profissional destacado no Brasil e no Exterior, contabilizou em seu currículo trabalhos para veículos como O Estado de S.Paulo, O Globo, Jornal do Brasil e Zero Hora, entre outros, e encerrou a carreira em Israel como correspondente internacional.
Nahum nasceu em São Paulo, em dezembro de 1925, mas passou infância e adolescência no Rio Grande do Sul. Irmão de Sani (in memoriam) e de Soniah, era casado com a atriz Beyla Genauer, com quem teve o filho Iossef. Ele deixa também cinco netos. Era primo-irmão de Maurício (in memoriam) e Jayme Sirotsky.
O primeiro contato de Nahum com o jornalismo foi em 1943, como repórter do jornal O Globo, no Rio de Janeiro. Em 1945, foi enviado pelo diário como seu correspondente na Organização das Nações Unidas (ONU), nos Estados Unidos. Nesse período, acompanhou a criação do Estado de Israel.
De volta ao Brasil, dois anos depois, assumiu a editoria internacional de O Globo e, na mesma época, foi o responsável pelo programa de rádio O Globo no Ar. Nahum também foi diretor do Diário da Noite e da revista Visão, na qual criou o prêmio Homem de Visão, uma homenagem a empresários que exerciam papel importante no desenvolvimento econômico do país. Em seguida, foi convidado para assumir como diretor no jornal Diário da Noite. Em 1957, começou a atuar como diretor da revista Manchete.
No ano seguinte, a convite da editora de livros Delta Larousse, criou a Revista Senhor, publicada de 1959 a 1964, no Rio de Janeiro. À frente da influente publicação, atraiu um time de profissionais de renome como Clarice Lispector, João Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Millôr Fernandes, Jorge Amado, Vinicius de Moraes, entre outros. Em entrevista concedida à revista República, em 1999, ele comentou que o primeiro número da Senhor o fez chorar: "Foi um sucesso", afirmou.
Além da carreira jornalística, atuou como diplomata nas embaixadas brasileiras em Washington (EUA) e em Tel Aviv - onde, em 1967, acompanhou a Guerra dos Seis Dias. Em Israel, de 1971 a 1973, Nahum foi correspondente do Estado de S.Paulo - onde assinava com o pseudônimo Nelson Santos - e do Jornal do Brasil, que tinha exclusividade sobre o nome do jornalista. Anos mais tarde, voltou a se estabelecer no Oriente Médio.
Desde a década de 1990, Nahum residia em Tel Aviv, quando passou a trabalhar como correspondente de Zero Hora, da Rádio Gaúcha e do portal iG.
Obituário
Morre o jornalista Nahum Sirotsky, em Israel
Correspondente internacional, trabalhou para veículos como O Estado de S.Paulo, O Globo, Jornal do Brasil e Zero Hora
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