Vestindo preto e com cartazes que pediam mais segurança, moradores dos bairros Jardim Botânico e Petrópolis tomaram algumas ruas de Porto Alegre em forma de protesto na tarde deste sábado. O grupo fez paradas estratégicas para rezar e cantar o Hino Rio-Grandense em frente a uma igreja e a um supermercado assaltado na sexta-feira, ambos na Rua Guilherme Alves.
O estopim para a mobilização foi a morte, na quarta-feira, da estudante June Cartier, de 32 anos. Acompanhada do namorado, ela voltava do trabalho a pé e foi abordada por dois homens na Rua Felizardo Furtado. Um deles disparou contra June, que morreu no local. As circunstâncias levam a crer que se trata de uma tentativa de assalto, mas, à Polícia Civil, o companheiro relatou que a dupla não anunciou o roubo.
- Nós não temos mais segurança nenhuma no bairro e por isso estamos aqui hoje. Sabemos que a culpa não é da Brigada Militar, pois falta efetivo. A culpa é do governo do Estado - diz Luis Augusto Santos, de 45 anos.
- Domingo passado, às 11h, eu fui assaltada e levaram meu carro. Quando eu ia entrar no veículo, um homem armado me apontou um revólver - conta Patrícia Dellano, de 40 anos.
As cerca de 400 pessoas, segundo estimativa da Brigada Militar, saíram do posto da BM localizado a 200 metros de onde June foi morta, passaram por vias como a Avenida Ipiranga e ruas Guilherme Alves e Felizardo, antes de voltarem para o ponto de partida.
Às 15h do dia 5 de dezembro está marcada uma nova manifestação. O protesto é organizado por meio de uma página do Facebook, onde a comunidade relata assaltos e outros tipos de violência nos bairros Jardim Botânico, Petrópolis, Bela Vista e arredores.
- Informamos ali quando há alguém suspeito ou quando alguém é assaltado. Damos as características dos suspeitos para alertar as outras pessoas - conta Isis Duarte, organizadora do evento do dia 5.
- Essa é a forma que encontramos de nos proteger - finaliza.