Voz ativa em protestos contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e líder do Movimento Brasil Livre (MBL), que ganhou notoriedade no país ao organizar marchas em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o paulista Kim Kataguiri, 19 anos, envolveu-se em uma polêmica na noite do último domingo, em Porto Alegre, ao tentar entrar em um bar onde era celebrada a festa de aniversário da deputada federal Maria do Rosário (PT).
O jovem afirma que, após assistir ao clássico Gre-Nal com amigos que o receberam na Capital, decidiu ir até o Margot Bar e Club, no bairro Cidade Baixa. No local, Kataguiri encontrou um grupo de amigos da petista, que havia fechado o local para comemorar a data.
Kataguiri, conhecido por discursos fortes contra Dilma, viralizados nas redes sociais, afirma que entrou normalmente no bar e que não sabia do aniversário de Maria do Rosário. Ele relata que estava tomando cerveja com os amigos quando foi abordado por seguranças, que o retiraram da casa porque ele não tinha o nome na lista para ingressar.
- Não era (evento) fechado coisa nenhuma, entramos tranquilamente junto com outras pessoas que não tinham nome na lista. Meus amigos que me levaram não tinham nada a ver com política. Aconteceu isso porque a Maria do Rosário não consegue lidar com uma pessoa que se opõe ao pensamento dela no mesmo ambiente. Eu nem sabia desse aniversário - argumenta o militante.
Kim Kataguiri (à direita) durante a festa da deputada Maria do Rosário
Foto: Julian Kober / Arquivo Pessoal
Bar diz que festa era fechada, e parlamentar fala em "provocações"
A deputada garante que nem viu o jovem e que ele foi retirado do estabelecimento porque era uma festa privada. Kim Kataguiri veio a Porto Alegre para dar uma palestra em um evento da juventude do PSDB. De acordo com a petista, a intenção de Kataguiri era fazer provocações:
- Fiquei sabendo (do incidente) por outras pessoas. Esse é um país democrático, mas é uma base do Direito ter uma festa individual. Ele não pode chegar assim, mas o que é isso? Eu tenho certeza que ele não foi lá para me cumprimentar. Acho que estava querendo fazer algo errado, um sujeito desse tipo que só faz provocações ia lá para me dar feliz aniversário?
Um dos proprietários do Margot Bar e Club esclarece que a festa era fechada e que, por isso, o militante teve de sair. Conforme Fábio Floriano, não houve confusão:
- Havia orientação de que o ingresso era somente para convidados, porém, sem um controle estrito. Eles falaram que eram convidados e o pessoal os identificou.
A jornalista Maressah Sampaio, de 27 anos, estava no evento e também confirma que se tratava de uma festa privada. Ela relata que encontrou com Kataguiri na entrada do Margot Bar e Club.
- Eu estava chegando com um grupo de amigos, e o Kim e as pessoas que estavam com ele estavam tentando se infiltrar. Claramente queriam chegar até a Maria do Rosário e gravar vídeos dela e das pessoas que estavam na festa. Ouvi eles dizendo que gostariam de dar parabéns para ela.
Segundo a jornalista, o grupo tentava esconder os celulares que utilizava para fazer as gravações. Mais tarde, Kataguiri fez uma postagem sobre o ocorrido em sua página no Facebook, onde diz que em breve publicará vídeos. O post não está mais disponível na rede social.
Print screen feito na noite de domingo por Maressah Sampaio
Foto: Reprodução / Facebook
Maressah também utilizou o Facebook para se manifestar. Na rede social, ela diz que "o piá ídolo-mor dos revolts online tentou infiltrar-se na festa de aniversário da deputada Maria do Rosário junto com um bando de bolsonetes, mas não conseguiu passar da entrada". Na mesma publicação, ela ressalta que "a intenção deles era fazer vídeos constrangendo a deputada e os presentes, a maioria pessoas ligadas à esquerda e aos Direitos Humanos".
Em abril deste ano, Maria do Rosário foi alvo de outra polêmica ao ser apanhada pela Operação Balada Segura sem a documentação do carro e teve o veículo retido. Submeteu-se ao bafômetro e não foi constatada embriaguez. Ela reconheceu publicamente que havia errado e elogiou a blitz.
Defensora dos Direitos Humanos, a petista já brigou forte com o colega de Legislativo Jair Bolsonaro (PP-RJ), que uma vez chegou a empurrá-la diante das câmeras e chamou-a de "vagabunda".