A indústria metalmecânica de Canoas e Nova Santa Rita registrou 2 mil demissões neste ano, até outubro, segundo o presidente do sindicato dos trabalhadores do setor, Paulo Chitolina. Ele afirma que a decisão do Grupo Navistar, que faz montagem de motores, é mais um capítulo de um ano bastante difícil para o setor.
Chitolina lembra que a dificuldade com a indústria que opera em Canoas começou em maio deste ano, quando perdeu um contrato com a GM e que o assunto foi parar na Justiça até um acordo para encerrar as atividades em fevereiro de 2016.
A estimativa é de 600 demissões - já ocorreram 74. Para ele, o setor já chegou ao fundo do poço.
"Nós estamos fazendo uma avaliação de que quem tinha que demitir já demitiu, porque as empresas estão segurando mais os profissionais da linha de produção", avalia Chitolina.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Canoas, Roberto Rene Machemer, não há garantia de que as demissões tenham terminado. Ele também reclama do momento econômico e da falta de perspectiva de melhora.
"Nós não conseguimos ter um acerto político, econômico no país e com isso também as incertezas pairam na cabeça do empresariado", reclama o empresário.
As outras duas fábricas da Navistar no Mercosul, uma em São Paulo e outra na Argentina, devem continuar operando. A empresa não retornou às ligações da Rádio Gaúcha.