A onda de violência que atingiu Novo Hamburgo nos últimos sete dias fez pelo menos 10 vítimas, entre sequestro, assassinato, assalto e crime passional. Além de levar medo à população, os casos desafiam a polícia e suscitaram por parte do prefeito Luis Lauermann (PT) um novo pedido de atuação da Força Nacional de Segurança. O chefe de Executivo ressalta que a criminalidade se acentuou na cidade nos últimos 60 dias e que já havia solicitado ao secretário da Segurança do Estado, Wantuir Jacini, um reforço policial.
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Secretário de Segurança descarta Força Nacional: "BM é suficiente"
- Nos últimos 20 anos, nunca tivemos um grupo tão pequeno de soldados da BM. Estamos em um quadro que, para enfrentar a onda de violência, os grupos organizados, precisamos de mais PMs e da atuação da Força Nacional de Segurança - assegura Lauermann.
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Em resposta, foi marcada para as 11h30min desta segunda-feira uma reunião entre o prefeito, secretário da Segurança do Estado, comandante da BM e chefe da Polícia Civil, na sede do 3º BPM, na cidade do Vale do Sinos, na qual devem ser definidas estratégias de combate à violência.
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Em um dos últimos episódios, a tranquilidade de uma família do bairro Primavera foi abalada na manhã de sexta-feira, quando seus integrantes estiveram envolvidos em um sequestro. Pai e adolescente de 13 anos foram levados para um cativeiro, enquanto a mãe, funcionária do Banrisul, era chantageada a retirar dinheiro do cofre de uma agência em troca da libertação dos familiares. Devido ao envolvimento da polícia nas negociações e a uma série de protocolos que o banco exige para saque de grandes valores, os sequestradores teriam se convencido, libertando pai e filho próximo ao parque Assis Brasil, em Esteio. O final desse caso foi feliz, diferente da violência ocorrida no dia 27, quando Ana Cristina Nalovaiko, 34 anos, e o filho Gustavo Nalovaiko Neves, 12 anos, foram baleados após perseguição.
Nem lazer temos mais, diz morador
O medo tem tomado conta da população de cerca de 238 mil habitantes. O representante comercial Nédio Norberto Hoelscher, 61 anos, não sai mais de casa à noite e, por razão disso, jantares e reuniões entre amigos foram cancelados, no bairro Liberdade.
- A violência nunca foi tão explícita. Estamos à mercê de quem está fora das grades. Estamos enjaulados. Nem lazer temos mais. Essa semana foi pior ainda. Vivemos em pânico, só esperando o próximo episódio - lamenta.
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Apesar do aumento da criminalidade ser notado por moradores, o delegado Enizaldo José Plentz, titular da Delegacia de Homicídios de NH, alega que esta foi uma semana atípica na cidade do Vale do Sinos.
- Um fato não se relaciona com outro. Não atribuiria a uma causa já definida. Foi uma semana violenta, mas acredito que isso vá acalmar nas próximas. Estamos trabalhando para elucidar os casos - afirma.