A precipitação deve ficar acima da média no Estado por pelo menos três meses, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em outubro, deve chover cerca de 50mm a mais do que a média mensal nos municípios do Sul, e aproximadamente 100mm no Norte do RS.
- O El Niño indica que deve chover bastante até a metade do ano que vem, mas a tendência é de que a chuva perca intensidade nos últimos meses - afirma o meteorologista do órgão, Rogério Rezende.
Meteorologia alerta para risco de chuvarada e ventania no RS
A chuvarada prevista para outubro alerta para riscos de alagamentos nos municípios banhados pelo Rio Uruguai. No mês passado, o fenômeno causou transtornos a mais de 60 mil pessoas, em 89 municípios atingidos por temporais. Cerca de mil pessoas tiveram de deixar suas casas.
Para a Defesa Civil do Estado, a previsão reforça a necessidade de cada município investir em planos de prevenção, que vão desde a construção de diques à remoção de famílias em áreas de risco.
- Com isso, os municípios podem captar recursos da União para as obras e linhas de crédito para remoções - diz o subchefe do órgão, tenente-coronel Alexandre Martins de Lima.
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A entidade quer estimular para que as cidades tenham planos de contingência, que identificam locais de risco e as ações a serem tomadas em casos de desastres. Embora o número de municípios com o planejamento tenha crescido de 180 para 245 desde janeiro, representa só 49% das cidades gaúchas. Um saldo "muito aquém" do esperado, conforme Lima.
Pão mais caro, mas luz pode sair por menos
A chuvarada de setembro também causou prejuízo às lavouras do Estado e a queda na produção pode impactar no aumento do preço dos produtos derivados, como o pão. Apesar do reflexo negativo nos alimentos, o El Niño pode aliviar a conta de energia elétrica, já que os reservatórios hídricos não devem sofrer com estiagem.
- Ter água nos reservatórios evita que empresas de energia elétrica peçam novos reajustes - explica Alfredo Meneghetti Neto, economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE).