Uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta sexta-feira, indica que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não vive bom momento junto aos colegas parlamentares. De acordo com o levantamento, que ouviu 324 deputados federais, quase metade dos entrevistados (45%) entende que o peemedebista deveria renunciar ao cargo. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Realizada entre 19 e 28 de outubro, a pesquisa também revela que, para 25% dos parlamentares consultados, Cunha deve permanecer à frente da Câmara. Os 30% restantes que compõem o levantamento correspondem aos deputados que não se posicionaram sobre o tema.
Por outro lado, perguntados se votariam a favor da cassação de Cunha, 52% dos deputados não demonstraram opinião a respeito da hipótese. Já 35% confirmaram que se manifestariam a favor da cassação do peemedebista, enquanto que 13% votariam contra.
Investigado na Operação Lava-Jato, o peemedebista enfrenta denúncias sobre a existência de contas na Suíça - em seu nome e de familiares - abastecidas com dinheiro proveniente de corrupção. Apesar disso, o presidente da Câmara nega que renunciará à sua função.
Impeachment de Dilma Rousseff
O Datafolha ainda apurou qual a opinião de deputados federais e senadores sobre a possibilidade de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Segundo o levantamento, tanto a oposição quanto o governo não garantiriam os votos necessários para a abertura de um processo de afastamento da petista se a questão fosse levada a plenário da Câmara.
Dentre os deputados que participaram da pesquisa, 39% afirmaram que votarão a favor da abertura de processo se a questão tomar forma na Casa. Na contramão, 32% disseram que votarão contra a saída da presidente. Por fim, 29% dos consultados não se posicionaram sobre o tema.
Em relação a pesquisa junto a 51 senadores, o cenário visto é mais favorável para Dilma. Conforme o levantamento, 43% dos entrevistados são contra a saída da petista, enquanto que os favoráveis ao afastamento da presidente somam 37%. O Datafolha também salienta que 20% dos senadores envolvidos na pesquisa preferiram não se posicionar.
A legislação aponta que a Câmara tem o poder de decidir a respeito da abertura de um processo do gênero. Para ir ao plenário, Cunha precisa aceitar um dos pedidos. Além disso, uma comissão montada especialmente para analisar a pauta tem que admitir o processo.
No plenário, são necessários os votos de 342 dos 513 deputados (apenas o presidente não vota) para que o impeachment seja aberto contra Dilma. Se isso ocorrer, a presidente será afastada. No entanto, a votação final para a saída definitiva é tarefa dos senadores.
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