Após ter a prisão temporária decretada pela Justiça, o pintor Dirceu Pereira Brum, 36 anos, conhecido como Cowboy, se apresentou à Polícia Civil de Novo Hamburgo na noite da última quinta-feira. Ele dormiu na cela da Delegacia de Homicídios e deve prestar depoimento nesta sexta-feira.
Conforme a polícia, Cowboy dirigia um Toyota Corolla na noite do dia 27 de setembro quando atirou contra a estudante de Direito Ana Cristina Nalovaiko. A bala atingiu o fígado da estudante, que perdeu 30% do órgão, e a coluna de um dos filhos dela, de 12 anos. O garoto ficará com limitações nos movimentos de um dos pés. Segundo o delegado Enizaldo Plentz, que investiga o caso, o depoimento deve elucidar a motivação da tentativa de homicídio:
- É o principal para montar o quebra-cabeça dessa história. Por enquanto, ainda estamos tratando o caso como briga de trânsito.
O filho de nove anos de Ana Cristina Nalovaiko, que também estava no veículo, fará o reconhecimento do suspeito.
Condenado por homicídio em 2011 e por tentativa de homicídio no ano seguinte, Cowboy estava foragido desde 2013, quando a Justiça negou apelação e decretou sua prisão em regime fechado. Somadas, as penas chegam a 17 anos e dois meses de detenção.
O pintor foi condenado a 13 anos de reclusão por matar um desafeto que supostamente teria furtado o rádio de seu carro e por uma segunda tentativa de homicídio, não consumada. Diversas testemunhas relataram à polícia que o homem estava na companhia do filho de 12 anos quando disparou contra Ana.
Ele teria seguido a mulher desde a saída de um shopping, na BR-116, até o condomínio dela. A apreensão do Corolla ocorreu na casa dele, no bairro Santo Afonso, na quarta-feira da semana passada. Ele não estava na residência. O filho de Cowboy, em depoimento a Plentz, negou os fatos. O pintor será indiciado por tentativa de triplo homicídio - o filho caçula da estudante também estava no carro, mas não foi ferido.
Conforme a polícia, o pintor vivia escondido em Porto Alegre. Ana Cristina e o filho baleado devem sair do hospital na sexta-feira. Ela prestará novo depoimento, segundo Plentz, para explicar por que mudou de versão - a Zero Hora, ela afirmou não acreditar em briga de trânsito.
* Zero Hora