Uma vez, fui demitido de uma farmácia onde fazia limpeza e tentava ser anunciante de produtos. O gerente disse que eu não levava jeito porque minha voz era esquisita. Me mandar embora foi a melhor coisa que me fez. Se ele me desse a oportunidade, hoje, poderia estar anunciando remédios ao invés de ser repórter de tevê.
Nesta semana, soube que, só aqui no Estado, tivemos mais de 12 mil pessoas demitidas. A crise, geralmente, acaba devorando os peixes menores na lagoa da vida.
Quando somos demitidos, além do problema de grana, acabamos vivendo um dos piores momentos em termos de autoestima. É como se fôssemos a pior pessoa do mundo. Nos primeiros dez dias, bate um sentimento de abandono. Ele turva nossa visão até para encontrar oportunidades legais.
Nova visão
Outros trampos até aparecem, mas como estamos com o farol baixo, parece que tudo está contra nós. A moral é não deixar que esta sensação vire verdade. O fato de um emprego não nos querer mais não significa que não servimos para o mercado de trabalho.
Sempre que fui demitido, fiquei triste pelo meu patrão, que acabava de perder um cara muito legal. Afinal, ele me dava a oportunidade de ir mais longe.
Se você busca um trampo, não pense por que precisa de um trabalho, mas por que um empregador precisa de você. Isso pode mudar tudo.