Clientes de bancos públicos e privados contaram apenas com caixas eletrônicos para realizar transações bancárias em agências do Centro de Porto Alegre na manhã desta terça-feira. É o primeiro dia da greve dos bancários por reajuste salarial, que ainda não tem data para acabar.
No Banco do Brasil da Praça da Alfândega, por volta das 10h, mais de 10 pessoas aguardavam por informações sobre o atendimento. Um funcionário da agência recomendou a utilização dos caixas eletrônicos, mas foram realizados atendimentos pontuais dentro da loja.
Foi o caso da dona de casa Lorena Domingos dos Santos, que precisava renovar a senha do cartão para receber pelo INSS. Sem saber da greve, uma jovem que precisava desbloquear um cartão também foi atendida. Mas a maioria não teve a mesma sorte. A esteticista Stephanie Altamirano, 31 anos, precisará fazer uma manobra para conseguir sacar dinheiro da sua conta sem o cartão do banco.
- Perdi o cartão há alguns dias, e até o novo chegar só posso sacar na agência - disse Stephanie, que pretende transferir o dinheiro via internet para a conta do namorado até o fim da greve.
Das 15 agências visitadas pela reportagem na manhã desta terça-feira, apenas uma mantinha o atendimento ao público: a agência do Banrisul na Praça da Alfândega. Ainda assim, o serviço está desfalcado por funcionários em greve. Na Rua dos Andradas, nenhuma das seis agências bancárias - há Caixa, Itaú, Banrisul e Banco Safra - funcionou além dos caixas eletrônicos.
Presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), Everton Gimenis acredita que a adesão à paralisação, em 2015, será maior do que no ano passado, quando mais de 60% da categoria aderiu à greve:
- A mobilização tende a aumentar nos próximos dias. A Febraban fez a proposta no dia 25 de setembro e não se pronunciou mais. Foi a pior em 11 anos, porque não querem nem repor a inflação, e não se mostraram dispostos a negociar - diz Gimenis.
A proposta da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), segundo os bancários, é de 5,5%, mais um abono de R$ 2,5 mil em uma única parcela. A categoria reivindica reajuste de 16%, vale-refeição de R$ 34,06 ao dia, 14º salário e melhores condições de trabalho, com o fim das metas, consideradas abusivas.
O SindBancários ainda não tem um levantamento das agências e funcionários paralisados nos 15 municípios representados pela entidade. A categoria realiza, desde o meio-dia, um ato na Praça da Alfândega. O objetivo é esclarecer a população sobre os motivos da greve e mobilizar mais colegas.
A concentração teve início pouco depois das 10h, com um pequeno grupo distribuindo panfletos e preparando um salchipão em frente à agência do Banrisul na praça. Os bancários devem permanecer no local até as 14h.
A Febraban ainda não se pronunciou sobre a paralisação da categoria.
Abaixo, veja quais serviços bancários podem ser realizados e por quais métodos durante a greve: