O Supremo Tribunal Federal (STF) não autorizou a abertura de inquérito para investigar o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT-SP), e o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) por suposta relação com o esquema descoberto pela Operação Lava-Jato na Petrobras. Os pedidos de apuração contra os dois, feitos pela Procuradoria-Geral da República (PGR), ainda serão analisados pelo ministro Celso de Mello.
Mercadante e Aloysio foram apontados na delação premiada do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, como beneficiários de recursos de caixa 2. Apontado como chefe do cartel de empreiteiras que atuou na Petrobras, o executivo teria repassado verba para as campanhas dos dois sem declarar à Justiça Eleitoral.
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Durante o feriadão, parte da imprensa, inclusive Zero Hora, divulgou informação errada de que o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, teria autorizado a abertura de investigação contra o petista e o tucano. Na verdade, Teori deu aval apenas ao pedido de inquérito contra o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva (PT-SP.)
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A investigação contra Edinho foi aberta porque ele foi tesoureiro da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e a suspeita é de que teria ligação com irregularidades na estatal. Em relação a Mercadante e Aloysio, a PGR considera que os fatos não têm relação direta com o esquema de corrupção na estatal, ainda que os indícios contra ambos tenham surgido durante a Lava-Jato. Assim, Teori encaminhou os pedidos de inquérito contra o chefe da Casa Civil e o senador para a presidência da Corte definir a relatoria. Caberá a Celso de Mello decidir sobre o início das investigações.
* Zero Hora com agências