Na véspera da apreciação pelos deputados do projeto do Executivo que prevê aumento do ICMS, servidores estaduais definiram, nesta segunda-feira, os próximos passos da mobilização. Integrantes das mais de 40 entidades que compõem o Comando Unificado se reuniram na sede do Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato).
Conforme o presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado (Fessergs), Sérgio Arnoud, após a votação, os servidores desmontarão o acampamento montado desde o início do mês na frente da Assembleia e farão manifestos pelo interior do Estado. Na sexta-feira, um grupo de servidores realizou protesto em Uruguaiana, considerada base eleitoral do deputado Frederico Antunes (PP).
- Iremos de forma itinerante nos redutos eleitorais dos deputados que votarem apoiando o governo. Vamos pressionar os deputados onde mais 'dói', nas suas bases.
Contrários ao pacote dos projetos do Executivo, alguns servidores já estão na Praça da Matriz, em frente à Assembleia Legislativa. A rua está bloqueada e a Brigada Militar está o local para garantir a ordem. Há também a previsão de chegada de caravanas vindas do interior do Estado para reforçar a mobilização durante a madrugada da terça-feira. Com isso, não haverá aula nas escolas estaduais. Os demais serviços serão mantidos, mas com o número de servidores reduzidos.
- Estamos prevendo uma grande participação dos servidores, com duas ou três vezes mais gente que na última terça-feira - reforçou Arnoud.
Segundo ele, a concentração na Praça da Matriz começa às 9h, e mobilização será mantida mesmo com chuva. A pedido do Comando Unificado, um telão será instalado na esplanada da Assembleia Legislativa, voltado para a Praça da Matriz, para que servidores acompanhem, ao vivo, a votação. O Movimento também irá solicitar ao presidente da Assembleia senhas para que servidores possam assistir à votação.
Na terça-feira passada, servidores protestaram em frente à Assembleia Legislativa, bloqueando os acessos da Casa. A manifestação resultou no cancelamento da sessão e em uma votação a portas fechadas na quarta-feira, quando os deputados aprovaram projetos polêmicos, como o que altera as regras para a aposentadoria do funcionalismo estadual, com as categorias do lado de fora da AL.
Um esquema especial de segurança será montado para garantir o andamento da sessão da terça-feira. A ocupação das galerias será dividida meio a meio: metade será ocupada por pessoas contrárias ao aumento do ICMS, como sindicalistas, e o restante por quem é favorável à medida, como prefeitos.
Só será aceito o acesso daqueles que possuírem as senhas - que serão distribuídas ao Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul e às entidades que se manifestarem.
- Do prédio para dentro, a segurança da Assembleia é conosco. Do prédio para fora, é com a Brigada Militar. Não será permitida a entrada de bandeiras com cabo e instrumentos musicais. Da porta para fora, a BM deve fazer o mesmo cordão de isolamento que fez no governo Tarso, durante as manifestações de rua, em 2013, e que se repetiu na semana passada - disse o presidente da Casa, Edson Brum (PMDB).
O presidente da Assembleia ressalta que servidores da área da segurança não poderão acessar o prédio armados. Na porta, haverá detector de metais e revistas.
Em nota divulgada no fim da tarde desta segunda-feira, o governo confirmou o depósito da parcela complementar dos salários de agosto para terça-feira. Para quitar a folha dos servidores vinculados ao Poder Executivo, a Secretaria da Fazenda usou o ICMS referente ao recolhimento das empresas enquadradas no Simples Nacional. Ao todo, foram precisos R$ 233 milhões para atender aos 27,6% das matrículas com vencimento líquido acima de R$ 3,2 mil.
Segurança
A Brigada Militar (BM) está em frente à Assembleia Legislativa, segundo o subcomandante geral da BM do Estado, Paulo Moacyr Stocker, "para garantir a normalidade no local".
- O número de efetivo empregado lá vai depender da necessidade. Nesta noite, em certos momentos teremos mais de 20 policias - disse.
Conforme o coronel, por uma questão de "tranquilidade", foi antecipada para esta tarde o início do trabalho da corporação em frente à Casa Legislativa.
* Zero Hora