O calendário anunciado na segunda-feira pelo governador José Ivo Sartori para a quitação dos salários de agosto é alarmante para os servidores públicos, mas tem cheiro de bode na sala. Não será preciso esperar até 22 de setembro para quitar o débito com os 67% que ganham mais de R$ 2,8 mil líquidos. A folha deve ser liquidada assim que a Assembleia aprovar a ampliação dos saques dos depósitos judiciais, o que deve ocorrer na próxima semana, se o Piratini protocolar o projeto até quinta-feira, como prometeu.
A intenção do governo era só mandar o projeto depois da votação do aumento do ICMS, mas os próprios aliados argumentaram que não é justo nem inteligente deixar os servidores à míngua por mais tempo, havendo a possibilidade de usar os depósitos.
Confira o calendário de pagamento do salário de agosto dos servidores
No pronunciamento do governador e na entrevista do secretário da Fazenda, Giovani Feltes, ficou explícita a preocupação do governo com a hipótese de o aumento do ICMS não ser aprovado. Os dois insistiram que o aporte de R$ 1 bilhão dos depósitos judiciais é um paliativo que nem de longe resolve o problema de caixa do Estado. Esse discurso foi repetido no almoço de três horas com os secretários e presidentes dos partidos aliados, no Galpão Crioulo do Piratini.
As estratégias do Piratini para pagar próximas parcelas dos salários
A matemática do governo é simples: os depósitos ajudarão a pagar os salários até o final do ano, mas nem sequer serão suficientes para o 13º salário. A gratificação natalina deverá ser paga com um empréstimo do Banrisul, feito em nome de cada servidor, para quitação no ano seguinte, em prestações. Para pagar o banco, o Piratini conta com o acréscimo decorrente do aumento do ICMS.
Tire suas dúvidas sobre o parcelamento dos salários
Aos aliados, Sartori e os secretários têm dito que os salários dos quatro primeiros meses do ano que vem estão garantidos pela receita do IPVA, mas que o pesadelo vivido agora se repetirá até o fim de 2016 se os projetos que estão na Assembleia forem rejeitados. Avisam, também, que sem aumento da receita será preciso adiar a vigência das parcela pendentes do reajuste aprovado no governo Tarso Genro.
Com parcelamento confirmado, servidores entram setembro no vermelho
A intenção do Piratini é antecipar a votação do projeto do ICMS, tão logo tenha conseguido os votos necessários. Segunda-feira, a convicção era de que, apesar dos discursos contrários, o projeto passará. Na quinta, o PSDB deverá fechar questão a favor do aumento, mas exigirá que o governo se comprometa com reformas estruturais.
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Na reunião de segunda-feira, Sartori foi aconselhado por aliados a reduzir o duodécimo dos outros poderes, já que a parcela mensal tem sido paga com base no orçamento, sem considerar a queda real na arrecadação. O governo resiste, temendo represálias, mas já admite que "em algum momento esse ajuste será necessário".
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Rosane de Oliveira: foco no aumento do ICMS
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Rosane de Oliveira
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